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Distante do título, Tiago aprende a seguir em frente

Redação Webventure/ Offroad

Eu queria ir bem neste Sertões para garantir minha ida ao Dakar  revela Fantozzi. (foto: Luciana de Oliveira)
Eu queria ir bem neste Sertões para garantir minha ida ao Dakar revela Fantozzi. (foto: Luciana de Oliveira)

Direto de Bom Jesus da Lapa (BA) – O jeito de moleque e a garra sempre foram a estampa do piloto Tiago Fantozzi. Com 21 anos, alcançou o título do Rally dos Sertões 2001 é até hoje o mais jovem campeão. Neste ano, a nova lição tem sido viver um outro lado: como seguir em frente mesmo estando longe de um novo título: “quero chegar ao final da prova”. Por causa dos resultados de ontem, ele largou para a etapa de hoje em 46º lugar nas Motos. Comeu poeira, acelerou e chegou em sexto.

O drama de Tiago aconteceu na etapa anterior. De terceiro colocado, o piloto passou à 15ª posição na classificação geral do Rally, ontem, quando um tombo causou problema na moto e o fez perder muito tempo. Tiago foi o último a completar a especial, vencida por Jean Azevedo, que se confirmou ainda mais na liderança. O atual campeão diz que se viu distante do sonho do bi e de uma meta maior. “Queria ir bem no Sertões para garantir minha ida ao Dakar”, explica.

Se ele vai jogar a toalha? Por um momento, até passou pela cabeça do piloto desistir de completar aquela especial, ao ver o furo no radiador da moto provocado pela queda. “Mas eu tinha de terminar”. No caminho, ainda parou para ajudar o amigo e piloto Andrés Marcondes, que encontrou caído no chão. Ficou com ele até o helicóptero de resgate chegar.

Ao completar a especial em último, foi difícil esconder a tristeza. “Doeu mais do que a corujada que eu levei na cabeça anteontem”, descreveu Tiago ainda com a irreverência costumeira, lembrando uma das imagens que mais marcou o Sertões 2002, quando foi atingido por uma ave durante uma especial.

”O jogo não acabou” – Agora Tiago mostra fôlego novo. Assim resumiu a sua situação no Rally: “o jogo ainda não acabou”. Para o piloto, a nova meta é chegar a Fortaleza, acelerando em cima de qualquer decepção. “Continuo preocupado com a classificação, mas o mais importante é chegar ao final”.

Fácil, ele sabe que não vai ser. “É triste de repente ver o trabalho de um ano inteiro, que envolve não só você mas outras pessoas, ir por água abaixo. Mas a gente aprende com as pancadas na cabeça. Logo depois do tombo, aprendi que meu negócio não é derrota”, diz. “De onde vem esta força? Acho que da minha mãe, que está em São Paulo torcendo, de todo mundo que me manda mensagem pelo Webventure… Hoje eu levei um tombo, mas amanhã eu posso voar…”. E com suspense o piloto encerra o papo. Afinal, é hora de seguir em frente no Rally.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: julho 29, 2002

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