Márcio dobrando para os Jetsons (foto: Luciana de Oliveira)
Enquanto todo mundo está de olho na dança dos pára-quedas, eles ficam escondidos, com os dois pés do chão… Mas sem esses profissionais, o show não acontece. Dobrador é o nome que se dá a quem tem a função que o nome já diz, dobrar os pára-quedas e guardá-los nas bolsas usadas pelos atletas. Simples? Nem um pouco. É preciso ter muito conhecimento e cuidado para garantir uma dobragem certa de modo que o equipamento abra normalmente, salvando a vida dos que dele dependem lá em cima.
A tarefa é tão importante que não é executada nem pelo dono do pára-quedas. “É preferível que uma pessoa só faça isso, pois ela adquire mais experiência e tem mais cuidado. Quem salta não precisa se preocupar com isso; enquanto o pára-quedista ensaia as manobras, a gente deixa o pára-quedas prontinho pra outra”, explica Márcio Duarte. Durante a final do Brasileiro e do Circuito Ford Ranger de pára-quedismo, no último fim de semana, ele foi o dobrador da equipe The Jetsons, do Rio Grande do Sul.
Sacrifício – “Quando dá tempo eu salto, mas sempre tem que ter alguém que faça o sacrifício de ficar aqui embaixo…”, diz Márcio. Um dos dobradores mais experientes, Guto, da Azul do Vento, de Campinas, teve seu dia de competidor e faturou o terceiro lugar na categoria Pouso de Alta Performance.
Além do pára-quedas principal, também cabe ao dobrador cuidar do reserva. “Esse, se não for acionado numa emergência, é dobrado a cada quatro meses, quando se faz uma verificação das condições do equipamento”, explica Márcio. O tamanho do reserva geralmente é o mesmo do principal. Ou seja, uma pára-quedista menos experiente levaria meia hora para dobrar cada um. Márcio e seus companheiros dobradores, apenas sete.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira