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Dor faz de Jean Azevedo mais um brasileiro fora do Dakar


Jean de capacete troca posição com André Azevedo; irmãos estão fora do Dakar 2001. (foto: Ricardo Ribeiro/ ZDL/ AE)




Nouakchott (Mauritânia) Mais um brasileiro com chances de vitória deixa o Rally Paris-Dakar 2001. Depois do abandono de André Azevedo na categoria caminhões, anunciado ontem, hoje foi a vez do irmão dele, Jean Azevedo sair da competição nas motos, com uma contusão nas costas sofrida no percurso entre Atar e Nouakchott.

O piloto, que chegou a vencer o Dakar na categoria Production, em 97, liderava a classificação geral da Super Production (até 400 cilindradas). A boa notícia é que a primeira colocação na classe ainda é de um brasileiro, Juca Bala, também da BR Lubrax.

Jean largou do acampamento da competição montado no aeroporto de Atar, mas nem entrou no trecho cronometrado, que começou 30 quilômetros depois. Na linha de largada ele esperava pelo irmão, André Azevedo, que vinha logo atrás, pelo asfalto, com seu caminhão Tatra.

A partir daquele momento ele não pilotou mais a moto e pegou carona no caminhão da equipe. André foi dirigindo a moto, revezando o trabalho com Luiz Azevedo, primeiro mecânico de Jean e André. No percurso de cerca de 400 quilômetros, Jean falou pouco e tentava, em vão, achar uma posição menos incômoda para dormir na cabine do caminhão. Quando passava por um buraco, o brasileiro procurava se segurar como fosse possível.

“A dor está insuportável” – Adiante, onde estava montada a linha de chegada na beira do asfalto, Jean entregou o seu cartão de controle, documento que todos os competidores têm. Naquele momento, ele oficializava seu abandono do rali Paris-Dakar. “Queria muito chegar a Dakar, mas a dor está insuportável. Fico muito triste com o abandono porque eu estava liderando a categoria e tinha grandes chances de conquistar o pódio para o país”, lamentou. Ele estava competindo com uma Honda Falcon Rally de 400 cilindradas.

Jean ainda não sabe como fará para voltar ao Brasil. Nesta sexta-feira não havia mais vagas nos aviões da organização que levam os feridos e machucados para Paris. Ele pretende deixar a África o quanto antes para começar um tratamento médico o mais rápido possível.

Essa foi a quarta participação de Jean Azevedo na competição. Na primeira vez, em 96, terminou em nono lugar na categoria Maratona e foi campeão da Production no ano seguinte. Em 1998, abandonou o Paris-Dakar por problemas mecânicos. Ele foi convidado a participar da edição 2000 apenas dias antes da partida para Paris, depois que Luís Mingione, que seria o outro piloto de moto da BR Lubrax, sofreu um acidente nas ruas de São Paulo fraturando o ombro.

Este texto foi escrito por: Webventure