Prova transcorreu sem problemas (foto: Divulgação)
Mais uma vez, a corrida de aventura de 24 de Julho organizada pela APCA foi marcada pela segurança devido aos cuidados extremos com os atletas.
A logística da atuação médica foi montada após a apresentação do percurso da prova pelos diretores da APCA. De maneira diferente à primeira etapa realizada não Guarujá, nosso maior vilão, agora, seria a hipotermia, condição causada após a exposição prolongada ao frio, em especial às mulheres que, naturalmente, perdem mais calor que os homens. Calculamos também que os maiores riscos de lesões traumáticas estavam no trajeto de mountain bike da largada ao PC2.
Tendo estes pontos em mente, montamos nossa atuação em três etapas:
Etapa 1: Previamente à prova, como já de costume, solicitei a que todos os que tivessem alergia a medicamentos, picada de insetos e a contato com animais silvestres e plantas que entrassem em contato conosco. A pedidos da APCA, fiz um briefing médico explicando nossa atuação na prova e sobre os sintomas do hipotermia.
Etapa 2: Após a largada, partimos em escolta aos atletas em nosso carro de apoio junto aos carros batedores da APCA até o PC. Concomitantemente, a ambulância cedida pela prefeitura de Campos deslocava-se ao PC3 com um médico de nossa equipe. A seguir, deslocamo-nos ao PC4, local da chegada do duck. Como previsto, notamos que a grande maioria dos atletas saia da água com sinais e sintomas leves de hipotermia. Alguns tiveram que se aquecer para retornar a sensibilidade dos dedos. Oferecemos ajuda, mas ninguém se sentia inapto a finalizar a prova. Felizmente, São Pedro ajudou bastante. O dia estava ensolarado e não ventava. Por isso, o mau estar ligado ao frio terminava assim que o atleta saía da água.
Etapa 3: Após 1/3 dos competidores terem passado pelo PC 6, desloquei-me para a chegada, mantendo comunicação com a base médica no PC 3, pois poderíamos abordar eventuais vítimas tanto a favor, quanto contra o percurso final da prova.
O saldo final de ocorrências mostrou que a prova fora realmente planejada de maneira segura. Atendemos a apenas contusões. Uma atleta referiu ter tomado uma picada de abelha antes da largada, mas como não referiu ser alérgica e não apresentava sintomas de anafilaxia, foi liberada para competir.
Mais uma vez, em nome do grupo, agradeço à organização da prova por ter nos dado a oportunidade de realizar nosso trabalho. Esperamos poder continuar atuando nos próximos eventos.
Boa aventura segura a todos!
Dr. Adriano Leonardi (CRM 99660) é Mestre em Ortopedia e Traumatologia pela Santa Casa de São Paulo e médico ortopedista especialista em cirurgia do joelho, traumatologia do esporte e wilderness medicine.
Este texto foi escrito por: Dr. Adriano Leonardi, especial para o Webventure