As duas duplas compostas exclusivamente por mulheres no Rally dos Sertões de 2011, que começa nesta semana, têm coisas em comum e algumas diferenças. Embora as duas pilotos se chamem Helena, uma delas é muito experiente e a outra disputará a prova pela primeira vez na condução de um veículo.
Helena Deyama, 51 anos, tem mais de uma década de rali e ficou mais conhecida depois do grande incêndio que destruiu sua Mitsubishi Pajero TR4 em 2009. Ela superou esse incidente e em 2010 voltou à competição com uma L200 RS.
Já Helena Regina Soares, 30, era navegadora e tem apenas dois ralis como piloto. Ela tem três Sertões no currículo, mas guiará pela primeira vez em uma prova desse porte.
Deyama negou ter trauma do incêndio e afirmou ter sido emocionante a ajuda dada pela organização da prova e em especial pelo piloto Nasser Al-Attiyah, do Qatar. O choque na hora foi grande, mas não ficamos traumatizadas nem com medo, disse. Mas tudo o que aconteceu depois foi muito marcante, não só pela doação do príncipe, mas também por toda a ajuda da categoria, como o leilão. O príncipe financiou 30% do carro novo, e por isso nosso carro chama-se `príncipe até hoje.
A experiente piloto aprecia etapas mais longas do rali, o que a anima para a 19ª edição dos Sertões. Gosto muito de endurance, que exige muito do carro, da navegação e da pilotagem. Tenho me preparado fisicamente para suportar esse tipo de prova. Estamos confiantes porque fizemos toda a preparação que poderíamos fazer. Durante a prova vamos nos empenhar ao máximo. Tem tudo para dar certo, afirmou.
A navegadora de Deyama, a também experiente Joseane Koerich, igualmente valoriza dias difíceis de competição. Para nós é bom quando a dificuldade é grande, pois nos tornamos mais constantes e temos uma tocada confiável. O grande desafio deste ano é a quilometragem, que por dias seguidos será alta, disse ela.
Helena Regina Soares mostrou ansiedade por ser uma estreante, mas espera ficar mais tranquila após o início da prova. Navegar nos Sertões já é difícil. O que me deixa um pouco mais ansiosa é a falta de experiência. Só pilotei em duas provas. A tensão é só antes da largada. No primeiro dia vai embora, declarou.
O desafio me fez mudar para a pilotagem. Navego há seis anos. Sempre gostei de pilotar e houve um momento em que quis ver como era, contou.
Claudia Feio de Souza, navegadora também novata nos Sertões, vem das competições de regularidade. É o casamento perfeito: as duas estão aprendendo, disse a novata Helena, que fez navegação nos ralis de 2006, 2007 e 2010 e tem a xará e conterrânea (ambas são de São Paulo) mais experiente como fonte de inspiração.
As duas duplas femininas usam L200 RS e são da categoria Super Production.
Este texto foi escrito por: Andrei Spinassé/ Webventure
Last modified: agosto 8, 2011