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‘É muito triste acordar e não poder seguir no rali’, conta André




“É muito triste acordar e não poder seguir no rali; todo mundo
vai e você fica”. Foi esta frase a síntese feita pelo brasileiro André Azevedo, piloto de caminhão da equipe BR Lubrax do rali Paris-Dakar 2001, ao anunciar hoje sua decisão de abandonar a prova, durante o dia de descanso na cidade de Atar, na Mauritânia.

O Tatra de 11 toneladas de Azevedo está sem tração dianteira, danificada nas últimas duas etapas devido a grandes saltos em dunas. “Não conseguimos consertar porque o estrago foi grande”, contou o piloto. Agora, por rotas alternativas, ele tentará acompanhar o resto da prova até Dakar dando assistência aos outros pilotos da equipe BR Lubrax.

“Mesmo no azar, tive sorte porque não aconteceu nada conosco”, contou André Azevedo. Ele se refere à equipe Kamaz, sua maior concorrente, que também caiu de “bico” nas dunas das últimas duas etapas do Dakar. “O navegador se feriu gravemente e foi para o hospital nas Ilhas Canárias e o co-piloto ficou no meio do deserto cuidando do caminhão para não ser saqueado ou roubado. Só o piloto, Firdaous Kabirov, é que está no acampamento”, contou o brasileiro.

Decepção – Azevedo estava liderando na classificação geral da categoria caminhões, mas perdeu a posição na etapa de ontem, entre El Ghallaouiya e Atar, quando deixou de passar em dois PCs (Postos de Controle), sendo penalizado em 20 horas. No Dakar 2000, o piloto conseguiu a terceira colocação entre os caminhões.

Ele tomou a decisão de “cortar caminho” porque esse pontos de controle ficavam no meio das dunas, impossíveis de serem alcançados sem tração dianteira. A decisão de abandonar o rali deixou André Azevedo abalado. “Esse negócio de deixar a prova é muito incômodo e qualquer um fica triste. A última vez que isso aconteceu comigo foi em 1996, quando eu ainda competia de moto”, lamentou.

Planos – Mesmo abatido, o piloto já faz planos para o futuro. “O próximo passo é tentar adaptar o Tatra pelo novo regulamento, que vai proibir a partir de 2004 a participação apenas de caminhões com motores em cima do eixo dianteiro, como os originais de fábrica. Por isso, já comecei a conversar com os pilotos dos
caminhões Mercedes, Scania e Iveco que ainda estão no rali”, contou. O Tatra de Azevedo, como os Kamaz, têm motores instalados no centro no chassi.

Este texto foi escrito por: Webventure