Uriel esteve no Eco 98 e 99 (foto: Gustavo Mansur/Arquivo Webventure)
Começa hoje, em Bornéo, ilha da Malásia, a sétima edição do Eco-Challenge. Este ano, bem ao estilo Mark Burnett (organizador do evento), a prova apresenta-se com inúmeras novidades. A principal é o fim do casamento com a rede Discovery Channel, que por quatro edições apresentou esta prova para o mundo. Foi essa parceria que fez do Eco Challenge a principal corrida de aventura do mundo, superando inclusive o Raid Gauloises.
Para os norte-americanos esta separação não será tão percebida, pois a USA Network estará responsável pela transmissão para o país; no Canadá quem vai transmitir é a própria Discovery. Nós, brasileiros, iremos assistir está edição através do AXN!
Outra novidade é a quantidade de equipes inscritas, totalizando 78 equipes de 26 países. Para esta edição não houve uma pré-seleção e a quantidade de times interessados superou a expectativa, fazendo com que os organizadores abrissem mais vagas. Pela primeira vez, haverá uma etapa de mergulho autônomo, que não deverá alterar em nada no resultado final, mas que dará um charme todo especial à prova.
Comida pode ser decisiva – Um fator, sim, que pode mudar o rumo da competição, é as equipes não poderem se reabastecer com comida. Elas terão duas opções: carregar alimento suficiente para toda a prova, levando muito peso, ou captar comida pelo caminho (peixes e frutas). Para os ponteiros, a melhor opção talvez seja carregar toda a comida, já que estas equipes não perdem tempo em nada e deverão completar a prova em pouco mais de 5 dias. Esta regra é uma novidade até para os mais experientes e poderemos ter surpresas.
Assim como aconteceu na Argentina, as principais equipes estarão presentes, prometendo uma disputa tão acirrada ou até mais que na última edição. Os australianos “da Jane Hall” voltam a ter uma chance no pódio: este ano, Burnett promete 50% da prova na água e Jane Hall e sua turma são campeões mundiais de caiaque oceânico (nos últimos 3 Ecos eles lideraram a etapa de caiaque).
Os espanhóis da Red Bull, apesar de não tão bons na água, são provavelmente os melhores no trekking e excelentes na orientação e estão vindo de um terceiro e segundo lugares nas últimas duas edições.
Os favoritos – Já os finlandeses da Team Nokia Adventure também são grandes favoritos em Bornéo. Seus integrantes possuem um dos melhores currículos: venceram a Mild Seven Outdoor Quest em 98 e 99, o Raid Gauloises deste ano e terminaram o Eco do ano passado em quinto lugar, após estar em segundo, a apenas 15 minutos dos líderes quando faltava pouco para a linha de chegada. O time, que conta com um campeão mundial de orientação, perdeu a oportunidade de alcançar os líderes após um erro de navegação.
O Team Salomon/Eco-Internet é a principal esperança dos americanos, já que possui dois campeões do Eco-Challenge entre os seus integrantes: o capitão Ian Adamson (primeiro em 1996 e quarto no ano passado, em uma equipe com três integrantes femininos) e Michael Kloser (campeão em 98 no Marrocos).
A grande surpresa este ano poderá ser o time local “Sabah 2000”, composto por fortes triatletas e o melhor: conhecem a região como ninguém (assim como o Team Condor, da Argentina, terceiro no ano passado). Mas o grande favorito mesmo é o time de John Howard (Team Fairydown Fleet CookieTime ), que dispensa maiores comentários e tem tudo para vencer novamente.
Brasil – O clima da ilha (quente e úmido), ao contrário da Patagônia, irá favorecer muito aos atletas da EMA Brasil, única equipe nacional, já que os principais times vêm de regiões temperadas e não estão acostumados ao calor. A floresta também poderá ser um aliado, já que todos os integrantes do time brasileiro participaram de provas em florestas (Expedição Mata Atlântica e seletivas). Apesar da Carmem (da Silva) ser campeã no caiaque, uma prova que tem 50% do percurso na água não nos beneficiará. Os australianos, neozelandeses, argentinos , entre outros, possuem tradição neste esporte e deverão tirar proveito disto.
Apesar de estarmos evoluindo nas corridas de aventura, ainda estamos muito longe do nível das principais equipes e, mais uma vez, o grande desafio dos brasileiros deverá ser completar a prova, o que para um Eco-Challenge será uma grande vitória… vamos torcer! E convido você a acompanhar esta edição comigo, aqui na Webventure
Uriel Santiago, da equipe Brasil 500 anos, participou do Eco-Challenge 98 e 99, obtendo, respectivamente, a 27ª e a 17ª colocação, e escreve especialmente para a Webventure.
Este texto foi escrito por: Uriel Santiago
Last modified: agosto 21, 2000