A primeira boa notícia foi a presença de quarenta equipes, um recorde, e de um enorme balão na largada da prova (no centro da cidade) atrair a atenção dos moradores da região. Mas era difícil que o público superasse aquele batalhão de 200 competidores, cinco por time se contarmos os apoios, espalhado pela praça.
A primeira prova foi o bike nrun. Nesta modalidade, que nunca havia sido usada em corridas de aventura brasileiras, os três atletas de cada equipe podem optar entre uma ou duas bicicletas – quem sobrar vai correndo atrás ou caminhando rapidamente, dependendo do grau de cansaço. A escolha, ensinam os competidores, é feita através da análise do relevo do mapa entregue aos times algumas horas antes da competição.
Mais uma novidade – Após 12km pedalando e correndo, os atletas chegaram à primeira Área de Transição (AT). Lá, com a ajuda das equipes de apoio, trocaram de roupa, pegaram pranchas de segurança e mergulharam no mar. Naquela etapa era preciso contornar uma ilha a 1,1km do continente. Lá estava uma das grandes surpresas da competição: o Posto de Controle (PC) submarino. Um dos integrantes da equipe deveria fazer apnéia, ler uma frase que estava no fundo do mar e repetí-la para ter o passaporte carimbado e seguir na disputa direto do mar para a terra.
O trekking foi em meio à mata e tinha como destino o local onde encontravam-se as canoas. A novidade estava em um pequeno detalhe: eram canoas caiçaras, construídas por moradores locais e diferentes uma das outras. Sem dúvida foi um detalhe de muita importância, pois várias equipes tiveram dificuldade para se equilibrar nos barcos. Após muitas remadas a Tribo dos Pés, então líder, apareceu de dentro do mangue.
Escolha decisiva – A etapa seguinte foi uma das grandes sacadas da prova. Ao receberem os mapas, as equipes deveriam optar entre bike ou trekking. Foi aí que entrou a parte estratégica da competição. Quem escolheu bike acabou se dando bem, pois o relevo não apresentava grandes dificuldades.
No AT seguinte, os atletas se alimentaram e mais uma vez pedalaram rumo à Fazenda Murycana. Naquele momento a equipe médica recebeu a informação de que um dos atletas, Paulo Henrique, da equipe Koral (ironia?) havia sido picado por uma cobra. Depois de muita preocupação descobriu-se que era apenas um ferimento semelhante ao de uma picada.
Um trekking noturno, que requisitou uma boa navegação dos times, deu continuidade a prova. Àquela altura já era possível perceber a grande diferença de tempo que separava uma equipe da outra. A penúltima etapa foi bike. Ao chegar no PC 16, as equipes tiveram uma surpresa: a prova derradeira, que seria a canoagem noturna, fora suspensa por motivos de segurança. Para substituir as remadas foi estabelecido o mountain-biking até o fim da competição.
Depois de muito desgaste, emocional e psicológico, quem chegou na frente foi a Coolmax, do campeão da EMA 99 Raphael Reyes, seguida pela Equipe Guiça Aventura, de Luís Makoto. No total foram aproximadamente 91 km de pura adrenalina na maravilhosa região de Paraty. Mas o Ecomotion ainda terá mais uma etapa antes de definir o campeão do circuito.
Este texto foi escrito por: Carol d’Essen
Last modified: janeiro 22, 2001