O primeiro homem a escalar o Monte Everest, Edmund Hillary, hoje com 81 anos, lançou na última segunda-feira comentários indignados em relação ao que chama de comercialização da montanha e a expedição que encontrou, no ano passado, o corpo de George Mallory.
O discurso de Hillary abriu a primeira sessão do Banff Mountain Summit, encontro de montanhistas que aconteceu em Alberta, no Canadá. “Achei as fotografias revoltantes”, exclamou Hillary ao falar das imagens do corpo de Mallory que foram divulgadas. “A sua figura histórica merecia descansar em paz.”
A expedição Mallory e Irvine foi organizada pelo alemão Jochen Hemmleb e pelo americano Larry Johnson. Junto com o americano Eric Simonson, a equipe começou a procura no Everest em abril de 1999, com o intuito de tentar revelar o que havia acontecido com Mallory e Irvine durante
a sua histórica tentativa de chegada ao “topo do mundo”, e o desaparecimento da dupla em 8 de junho de 1924.
Detalhes e fotos do que foi encontrado (incluindo o corpo de Mallory), além da recriação das últimas horas dos dois lendários aventureiros, foram publicadas em outubro de 1999. Outra expedição já está sendo criada e agora o intuito é encontrar o corpo de Andrew Irvine.
Montanha comprada – A revolta de Edmund Hillary, porém, não ficou restrita à divulgação das imagens do corpo de George Mallory. Para ele, o Everest passou a ser mais do que um desafio, transformando-se numa fonte de lucro.
“Se você tem 65 mil dólares, um par de guias experientes, três ou quatro sherpas e alguma sorte com o tempo, você também poderá escalar o Everest”, afirmou.
Hillary, que mora atualmente na Nova Zelândia, falou durante uma hora numa palestra que contou com a presença de mais de 350 pessoas. Em um momento, mostrou seu lado mais tranqüilo ao contar a história de uma mulher cujo filho havia escalado a montanha.
“Ela disse que seu filho conseguiu apenas duas colunas no jornal local. Eu sou a prova de que existe, de fato, alguma vantagem em ser o primeiro”, brincou.
Este texto foi escrito por: Webventure