
Piloto crê na vinda de outras montadoras nos carros (foto: Caetano Barreira/ www.webventure.com.br)
Andar por trilhas, estradas e caminhos cheios de obstáculos pilotando um caminhão é não fácil, ainda mais quando é necessário atravessar seis Estados brasileiros cortando o sertão da região centro-oeste até o nordeste, passando ainda pelo norte do país, mas será a missão de Eduardo Domingues, o Edu Piano, no 16º Rally dos Sertões, que já teve iniciada a contagem regressiva, e larga na manhã desta quarta-feira (17), em Goiânia (GO), e termina somente após 4.474 quilômetros em Natal (RN), no dia 28 de junho.
Ao lado de Davi Fonseca e Solon Mendes, na equipe Ford Racing Trucks, Edu fará seu segundo Sertões na categoria Caminhão, mas seu histórico na prova é positivo, já que em 2005 ele foi o campeão nos Carros, em 2006, com seu caminhão.
Desde 2002 somos a equipe oficial da Ford nos caminhões, mas quem corria era o meu irmão, e no ano passado nós convencemos a Ford a fazer um caminhão novo e ficamos com dois caminhões na equipe. Aí eu decidi vim com o dele, por isso a minha mudança de categoria, explicou Edu.
O piloto afirma que está gostando muito da mudança de modalidade, porém sentiu uma forte diferença com relação às outras. A categoria Caminhão é meio abandonada no Rally em termos de divulgação, horários. Nós largamos muito tarde e chegamos muito tarde também. Essa foi a grande diferença que eu senti. Mas de resto eu gostei muito, falou.
Edu explica que nos carros os pilotos correm muito mais no limite do que nos caminhões, e que pretende voltar à essa categoria assim que tiver um equipamento competitivamente no mesmo nível do que os pilotos de ponta do Sertões.
Valendo como etapa do mundial para caminhões, o Rally dos Sertões terá o mesmo gosto para Edu Piano, que confirma poucas alterações em seu equipamento para 2008. Não mudou muita coisa do caminhão do ano passado, somente a suspensão e alguns diferenciais, disse ele que terá as cores oficiais da Ford pintadas no caminhão, azul e branco, e não mais as cores da bandeira do Brasil, como em 2007.
A Transição – Edu Piano começou a vida de piloto nos jipes, correndo em provas indoor, depois passou para ralis a bordo de carros e agora assumiu o comando de um caminhão nas provas off-road.
Foi um desafio sair do jipe e ir para o rali. Depois fiquei dez anos nas pick-ups, desde 1996, e agora apareceu essa oportunidade de andar no caminhão. Essas trocas só vieram a somar na minha carreira, avalia.
Com colaboração de Bruna Didario
A organização do Rally dos Sertões programou uma prova bem difícil para esse ano, com duas etapas mais densas: a quarta etapa, entre Niquelândia (GO) e Paranã (TO), quando os pilotos atravessarão um caminho com muitos obstáculos num percurso de mais de 480 quilômetros, numa etapa maratona, e a sexta especial, a mais longa já feita, entre Palmas (TO) e Balsas (MA), com 682 quilômetros num só dia.
Minha idéia é poupar o caminhão nos primeiros dias, já que o rali vai ser bem duro, de acordo com as informações da organização, e esperar os três ou quatro primeiros dias para ver o tempo dos concorrentes e montar uma estratégia em cima disso, afirmou Edu Piano.
Com relação à entrada de uma única montadora internacional na categoria Carros no Rally dos Sertões, a Volkswagen, Edu vê o fato com bons olhos e acredita que mais montadoras podem vir nas próximas edições do rali, após verem os bons resultados obtidos pela Volks este ano. E é muito bom para os brasileiros, para estarem em contato direto com a tecnologia que ele usam lá fora, avaliou o piloto.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi
Last modified: junho 17, 2008