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Eles também deram um primeiro passo


Campeãs da Feminina no Short Adventure: Gabriela e Karina da 4any1. (foto: Arquivo pessoal)

Muita gente começa em corridas de aventura com as provas curtas, de um dia. O Brasil hoje já conta com vários eventos do tipo e alguns se tornaram circuitos, primeiro com a Mini EMA e depois com o Adventure Camp e o Short Adventure. Irmão mais novo, o Short começou no ano anterior e a edição 2003 terminou no mês passado, reunindo 139 equipes e 250 atletas, segundo informou a organização, que é feita pela Ecomotion.

Na classificação final do circuito, disputado em duplas, a Mamelucos foi a que mais pontuou. Por categorias, os campeões foram Mamelucos (Mista), G3K HiTrekkers (Master) Avataris Bioritmo (Masculina) e 4any1 (Feminina). Ouvimos atletas de todas essas equipes para saber o que a participação nesse tipo de circuito agregou muitas querem aproveitar essa bagagem para partir para corridas mais longas; em outras, há integrantes com larga experiência na modalidade. E, de quebra, pedimos as dicas para quem quer começar em corridas de aventura, como eles fizeram um dia. Confira nos links abaixo!

E, se você se animar, ainda está em tempo. O Adventure Camp, que une clínica com os fundamentos das modalidades, e a corrida propriamente dita, terá a última etapa do ano nos dias 18 e 19 de outubro, em Ubatuba (SP) clique aqui e veja mais. Outros circuitos de corridas curtas acontecem em diferentes estados do Brasil. Fique ligado na seção Calendário para saber quando essas provas acontecem.

“Participar do Short Adventure foi interessante porque cada etapa teve uma modalidade decisiva. Em Joanópolis, foi um trekking, desgastante e técnino, tanto na navegação quanto na progressão. Em Socorro, o MTB foi crucial. Em Guaratuba, a costeira, relativamente grande. Todos os trechos de canoagem (com ducks) também tiveram sua parcela de dificuldade.

Se somar as três etapas, tem-se uma corrida de aventura com os moldes originais, com técnica, força, estratégia e quase um dia inteiro de prova (a soma das três provas resultaria em 140 km e nosso tempo total de prova foi de 15 horas, então levaríamos um pouco mais para completar esse percurso total, umas 20/24 horas). E nosso objetivo agora é uma corrida longa, o Ecomotion Pro.

Para quem quer começar acho um prato cheio um circuito como esse, porque você pode vivenciar técnica, estratégia, testar os limites do corpo, mas tudo em doses homeopáticas. Não existe a responsabilidade de ter um bom resultado ou nem de exceder seus limites porque houve um grande investimento.”

Pietro Carlo e César, do Rio de Janeiro, compõem a Avataris BioRitmo.

“Em julho de 2000, num bar/restaurante de Alphaville, cinco funcionários de uma multinacional faziam seu happy hour quando surgiu o assunto: montar uma equipe de trekking para competir. Estava formada a equipe HiTrekkers de esportes de aventura! Já participamos de cinco edições da Copa Paulista de Trekking, nos sagrando bicampeões da categoria Master (graduados).

Em agosto de 2002, resolvemos experimentar as corridas de aventura. Escolhemos participar do Adventure Camp de Ilhabela, com equipe mista. Fizemos o curso no sábado, e participamos da prova no domingo, com mais 40 equipes. Nosso objetivo era completar a prova sem ser cortado, mas, para nossa surpresa, terminamos em segundo lugar.

Agora em 2003 participamos do Short Adventure. Corremos a primeira prova, em Joanópolis, ficando em 24º na Geral e 2º na Master. Foi incrível, conseguir ir tão bem concorrendo contra 150 equipes, entre elas, Lontra, Athenas, Mamelucos, e outras que só viamos na TV. Depois participamos em Socorro, ( 5º na Geral e 1º na Master) e em Guaratuba (25º na Geral e 1º na Master). A lição que tiramos de tudo isso é que todos temos chance: é só fazer um bom curso, ler boas literaturas e se programar.”

Klaus Kiessling, 26 anos, consultor de segurança da informação, formou a dupla Master da G3K Hi-Trekkers com o tio Haroldo Kiessling, de 53 anos. Patrocínio: Trilhabrazil.

“O Short Ecomotion é uma corrida de aventura muito rápida e, portanto, sem muitas chances de erros. No entanto, eu e o Zé Caputo formamos um time diferente. Temos um histórico esportivo muito rico, que nos torna muito forte fisicamente frente a média dos nossos adversários. Mas nem sempre tudo é fazer força. A cada prova estamos aprendendo a navegar um pouco melhor. Entramos em cada uma destas etapas com um único objetivo: aprender e aproveitar um dia de prova.

Fazemos força por que é assim que gostamos de fazer nossos esportes… e não deixamos de fazer força se estamos ganhando ou perdendo uma prova. O continuar a fazer força independente de nossa posição nos consagrou campeões deste circuito.

A nossa dica para quem esta começando é estar em dia com seu treinamento físico, com as habilidades exigidas em cada competição e, depois disto, usufruir da riqueza que estas provas proporcionam a cada um de nós. Lembrando sempre que não existe um campeão. Junto com a gente várias equipes que se consagraram, dentro de suas realidades, como campeãs deste circuito. Esperamos vê-las sempre, em cada prova, um pouquinho mais experientes e quem sabe brigando por uma posição ali na frente. Não existe melhor em nada, existem vários times muito fortes… e é um prazer dividir o primeiro lugar do pódio com diversas equipes.”

Cris Carvalho, diretora do Adventure Training, do Projeto Mulher e do Projeto Movimento da Universidade de São Paulo, compôs a dupla Mamelucos com José Caputo.

“Participo de provas de aventura desde 1999, quando campeã do EMA. Desde então, não parei mais. Faço parte da equipe Lobo Guará e no ano passado participei do Short Adventure em uma dupla mista, com o Admir, navegador da nossa equipe. Mas neste ano, resolvi que queria enfrentar novos desafios. Foi então que decidi arriscar a navegação e montar uma dupla feminina. Chamei a Karina, que é integrante da equipe Brother/Loucos por Natureza e que treina comigo na 4any1. Ela gostou da idéia, confiou na minha navegação, e conseguimos ter bons resultados nas três etapas, garantindo o ‘ouro’ no circuito!

Na primeira prova, quando peguei o mapa e vi que a navegação estava nas minhas mãos e que não ia ter ninguém para me ajudar, deu um frio na barriga, mas no decorrer da prova, fui ficando mais tranqüila e vi que não era nenhum bicho de sete cabeças.

Um recado que dou para quem quer iniciar nas corridas de aventura é primeiro conversar com pessoas que já fazem prova para saber o que realmente acontece; treinar para não ficar só sofrendo e poder curtir também; achar pessoas que tenham afinidade e que estejam dispostas a enfrentar o que vier pela frente para montar uma equipe; e começar com uma prova curta. Todo mundo deveria fazer pelo menos uma prova de aventura na vida.”

Gabriela de Carvalho, 25 anos, personal trainner, forma a dupla 4any1 com a designer Karina Milanez, 29.

Para saber mais:
Utilidades sobre corridas de aventura, com dicas de:

  • Introdução ao Esporte
  • Técnicas

  • Equipamentos

  • Vocabulário Técnico

  • Dicas Gerais

  • Clubes e Instituições
  • que promovem competições do tipo.

    Este texto foi escrito por: Webventure