Eliseu Frechou em Big Wall na Serra dos Órgãos (foto: Arquivo Pessoal)
Na tarde deste sábado, o montanhista Eliseu Frechou realizou uma palestra sobre as Big Walls (Grandes Paredes) na Adventure Sports Fair, maior feira de esportes de aventura da América Latina.
Eliseu falou sobre todos os elementos que envolvem a escalada denominada Big Wall, desde a parte logística ao esforço físico e psicológico dos montanhistas. Para essas escaladas, é necessário muito envolvimento e comprometimento, já que em muitas rotas, uma vez na parede, a saída só é possível pelo cume.
A dificuldade da escalada de grandes paredes envolve o grau da rota, mas também o risco que se corre durante a escalada. Os equipamentos de Big Wall geram um grande peso já que é raro a via ser totalmente em livre (aquelas onde o montanhista não usa equipamentos para auxiliar na subida, somente corda e proteções ). Na maioria das Big Walls, é necessário Tricams, Friends, Cooper heads, Pítons, entre outros.
Eliseu falou do seu início nas escaladas de grandes paredes. Ele começou em 1992, em Yosemite, Parque Nacional na Califórnia considerado a Meca da escalada de BigWall. Depois, em 1996, fez seu segundo BigWall, a Zenyatta Mondatta A4, que foi considerada um dos Big Walls mais difíceis do mundo. Foram dois dias consecutivos de chuva e o brasileiro presenciou uma data histórica nada agradável: o dia que houve mais resgates de montanhistas na história do parque, 26 ao todo.
Calor e superação – Uma das histórias mais lembradas foi a conquista histórica, e de repercussão mundial, da rota Solução Suicida, no Kaga Tondo, África. Em 1996, juntamente com Márcio Bruno e Sérgio Tartari, em pleno verão africano, o trio escalou 550 metros, com temperaturas que chegaram a 53ºC na parede.
Para se hidratar, tomavam sete litros de água por dia. Nossa idéia inicial não era ir para Mali, e sim para a Venezuela. Mas como o governo venezuelano nos negou a permissão na última hora e já estávamos com o patrocínio fechado, acabamos indo, comentou Eliseu.
Este texto foi escrito por: Gabriel Barbosa