Mauricio Neves achou etapa parecida com o Sertões (foto: Murilo Mattos)
Direto de La Rioja – Os comentários na chegada da especial deste domingo do Dakar 2010 foram opostos para as primeiras duplas dos carros. A trilha foi bem diferente do que os pilotos europeus estão acostumados, com chuva, barro, neblina e subidas de serra. Enquanto isso, para o brasileiro Mauricio Neves, da Volkswagen, foi uma especial como as brasileiras. O bom desempenho rendeu o terceiro lugar no dia para ele e o navegador Clécio Maestrelli.
A especial era do jeito que sabemos fazer. Foram 350 quilômetros no estilo Rally dos Sertões. E com um carro bom, viemos muito bem, comemorou o piloto brasileiro. Para ele, este segundo dia de rali serviu para ganhar mais confiança dentro de seu Touareg. Passada a primeira emoção de ontem, quando o Clécio e eu estávamos meio travados, conseguimos andar completamente soltos hoje, com toda a segurança possível. Estivemos a 80% do que conseguimos fazer, mas exploramos ao máximo essa capacidade, disse Neves.
A alegria do brasileiro foi bastante diferente da surpresa dos europeus ao terminarem a etapa de hoje. Nem a experiência de nove títulos no Dakar de Stéphane Peterhansel o fez terminar a especial tranquilo. Foi uma etapa terrível, nunca tinha visto nada igual. Choveu no começo, a pista parecia feita de gelo, depois teve uma neblina em que era impossível enxergar. A segunda metade foi um pouco melhor, bastante técnica, prazerosa, mas nada fácil, contou o piloto francês.
Para o português Carlos Souza, a altitude fez diferença no topo das serras que passavam dos 1.500 metros acima do nível do mar. Não conseguimos potência na altitude, assim não há o que fazer. Mas eu gostei muito do dia. Foi uma especial que teve de tudo: lama, nevoeiro, chuva, zonas sinuosas, rápidas, e em altitude. Nós fizemos o possível. É preciso pensar em um dia após o outro e ficar contente em chegar no final sem grandes problemas, avaliou Souza.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa/ Webventure