Vicente usará moto parecida com a de 2010 (foto: Marcelo Maragni/ www.webventure.com.br)
Em 2010, Vicente De Benedictis fez sua estreia no Rally Dakar. Com o objetivo inicial de completar o maior rali do mundo, o piloto alcançou sua meta ao concluir a disputa na 76ª colocação. Agora um pouco mais experiente, o brasileiro acredita que para a edição de 2011, que acontece entre os dias 1º e 16 de janeiro, novamente na Argentina e no Chile, apenas chegar ao final do maior rali do mundo não é uma opção.
O ano passado foi a minha primeira participação e o objetivo era terminar, porque, no Dakar, nós falamos que há duas posições: ou você ganha a prova ou você termina. Esse ano a ideia é também terminar a prova, mas sem dúvida buscar uma colocação melhor do que no ano passado, disse o piloto.
Para conseguir alcançar posições melhores, Vicente vem se preparando desde o fim da edição deste ano da competição. Com quase toda a estrutura pronta, o piloto está visando seus últimos treinamentos em uma das partes que considera mais fundamental na disputa: a navegação.
E acho que, para melhorar, eu não posso errar na navegação. Lá, a navegação deles é muito diferente da nossa, principalmente porque esse ano eles irão alterá-la. No Dakar, nós navegamos muito pelo CAP, que é o grau da bússola. E esse ano, para você abrir a seta do GPS para chegar a um ponto, você terá que chegar a 400 metros do local e, no ano passado, eram dois quilômetros, o irá exigir muito mais concentração, já que um erro pode significar a desclassificação da prova, explicou.
Desafios – No Dakar deste ano, Vicente sofreu bastante com a organização e características do pós-prova. O piloto conta que as facilidade que encontra no Rally dos Sertões, principalmente relacionadas à estrutura, são praticamente inexistentes no maior rali do mundo, o que faz com que o evento imponha uma dificuldade a mais para os participantes.
A prova em si é difícil, mas a parte do bivouac é ainda mais complicada. Lá, você chega, tem que tomar banho frio, a comida não é das melhores, já que você acaba comendo macarrão no café e no jantar. Então, nessa parte, você sofre muito. O conforto que nós estamos acostumados no Sertões não existe lá, disse o piloto.
Aproveitando seu conhecimento das características do evento como um todo, o piloto aponta uma série de fatores que são fundamentais na disputa. De acordo com Vicente, quem resolve se aventurar no Dakar precisa, acima de qualquer coisa, preparar a mente e o corpo para 16 dias de dificuldades.
O psicológico é muito importante. Eu até digo que o psicológico e o preparo físico são mais importantes do que a técnica, afirmou o piloto, que está se preparando bastante para a prova. Na parte de condicionamento, eu estou fazendo quatro treinos por semana na academia, além de pilotando outras três vezes, completou.
No Rally Dakar 2010, Vicente De Benedictis teve ao seu lado na equipe outros dois companheiros: Carlos Ambrósio e Tiago Fantozzi. Em 2011, no entanto, ambos não estarão ao lado de Vicente, já que resolveram não competir. Apesar disso, o piloto garantiu que a estrutura levada para dar apoio durante a disputa será a mesma comparada à edição deste ano.
Apesar do Carlinhos e do Fantozzi não estarem mais indo, a equipe será a igual à deste ano. Mesmo apenas comigo como piloto, nós iremos com uma boa estrutura de apoio, com caminhão e motorhome para me darem suporte, afirmou.
Assim como a a estrutura, Vicente andará com uma moto bastante parecida com a que utilizou em 2010, uma Honda CRF 450. Em si, a aparência da moto com a que eu usei no ano passado é muito similar. A única alteração é que nós estamos diminuindo um pouco os tanques de combustível, porque, no ano passado, nós estávamos com 38 litros e esse ano reduziremos para 30, que para uma autonomia de 250 quilômetros é o necessário, contou o piloto.
Este texto foi escrito por: Caio Martins
Last modified: dezembro 26, 2010