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EMA Amazônia vai virar filme


Equipe de filmagem na largada da EMA (foto: Gustavo Mansur)

Entre todas as equipes de filmagem que acompanharam a EMA 2001, uma em especial sentiu na pele o dia a dia da corrida e os efeitos da selva amazônica. A equipe de cinema comandada pelo diretor Marcos Menescal acompanhou todos os detalhes da prova para a montagem do documentário oficial da competição.

“Foi uma atitude muito corajosa e pioneira do Alexandre Freitas em aceitar a idéia de filmar a EMA em película 16 milímetros”, elogiou Menescal. Publicitário e cinedocumentarista, Marcos Menescal, 37 anos, já filmou 12 vezes na Amazônia. E foi vendo um dos documentários que Menescal fez na região que Freitas teve a idéia de convidar o diretor para realizar o filme oficial da prova. “Mas, a princípio, o convite não falava de filmar em película. Esta foi uma proposta que eu demorei quatro meses para convencer o Alexandre a aceitar”, comentou Menescal.

Durante os 7 dias que durou a EMA Amazônia, o diretor comandou duas equipes de cinco pessoas. Havia duas câmeras de Super 16mm em plena floresta atrás do competidores e das milhares de histórias que surgem em uma competição como esta. “Eu até cheguei a fazer um roteiro prévio, com algumas perguntas. Mas a história mesmo é a da prova, que vai surgindo na hora”, explicou Marcos. “Mas eu tive a preocupação de fazer algo além do factual da competição. Focamos muito a cultura da região, a fauna e a flora, a culinária, as pessoas, a idéia é fazer algo que não fique igual àqueles documentários esportivos com música drum and bass e coisas do gênero”, explicou.

Improvisos – Na competição valeu muito da experiência da equipe e da improvisação. “Cinema já é difícil por natureza, ainda mais em um lugar e em uma situação como esta”, desabafa o diretor. Em um documentário como estes a criatividade às vezes fala mais alto. Um bom exemplo é o steadicam improvisado com um pedaço de madeira e um apoiador com o qual um dos cinegrafistas da equipe fazia tomadas de trekking, ganhou o nome de “pau-cam” e já está incorporado ao equipamento da equipe de Menescal.

“Na EMA o imprevisto era um dos fatores principais e quem lida com cinema já está acostumado com isso”, confessa. Um dos imprevistos quase custou a cena mais importante, da chegada da equipe campeã Nokia. O time finlandês chegou à noite e pegou a equipe de filmagem sem película específica para cenas noturnas. O jeito foi improvisar lâmpadas brancas na praia em Alter do Chão e puxar a sensibilidade do filme 50/250 que estava sendo usado para cenas diurnas. O importante era não perder a cena.

Intercâmbio – Em situações como esta o diretor conta com o material coletado em vídeo pela equipe de Renata Falzoni, que faz parte do projeto Personalidade Webventure e é responsável pelo vídeo oficial da competição. “Temos a intenção de usar muito do material da Falzoni no filme. Tem imagens que só ela tem, até mesmo pela experiência
que ela já adquiriu na área, que é incomparável”, elogiou Menescal. “Aprendi muito com ela aqui na EMA, acho também que ela aprendeu bastante com a gente. É uma troca muito legal”, comentou.

O resultado final foi tão bom que Marcos já vê até a possibilidade de o documentário virar um longa-metragem. Embora sem data certa para estar finalizado, o diretor diz que em junho de 2002 já será possível conferir as imagens da Expedição Mata Atlântica.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur