Etapa de regularidade do Circuito Capixaba no ES. (foto: Divulgação)
Na coluna de estréia, George Hirata propõe uma reflexão para o público de trekking de regularidade e os organizadores de enduro a pé.
Atualmente, você pode praticar muitos tipos de enduro ou rali. Enduros de jipe, moto, cavalo, bicicleta, balão e até mesmo a pé. O Enduro a Pé é um esporte que foi criado a partir do Enduro de Regularidade de Jipe. Por se tratar de uma modalidade de caminhada é também chamado de Trekking de Regularidade.
Há ainda muita polêmica sobre os verdadeiros criadores do Enduro a Pé. Alguns dizem que surgiu em Minas Gerais nos anos 80. Outros acreditam que tudo começou apenas no início dos anos 90, na serra da Cantareira em São Paulo. Há muita informação pouco divulgada, pesquisada ou apresentada aos atuais organizadores e aos praticantes do esporte. Mas é certo que essas informações existem. Por enquanto, trataremos das informações disponíveis.
O Enduro a Pé começou a ficar conhecido pelo público no início dos anos 90. Naquele tempo a média de equipes que participavam dos campeonatos, disputados em categoria única, era de apenas trinta.
Hoje, já encontramos vários campeonatos com mais de 100 equipes, dividas em pelo menos duas categorias: Iniciantes ou trekkers e graduados ou masters. Há campeonatos como o Campeonato Paulista (www.enduroape.com.br) e a Copa North (www.northbrasil.com.br) que mantêm a impressionante média de 150 equipes por etapa.
No início, a idéia defendida pelos organizadores e muito bem aceita pelos competidores era de que esse esporte deveria servir para todos os simpatizantes de esportes ao ar livre, em contato pleno com a natureza, não importando a idade, o sexo, a profissão e muito menos, o preparo físico. As provas exigiam muito trabalho de equipe com navegação apurada, cálculos ágeis e seguros, muitas tomadas de decisões, mas pouco preparo físico, com baixas velocidades médias em todo o percurso.
A partir do início deste século, percebemos uma mudança no perfil das provas, com uma exigência física muito maior, principalmente na categoria em que competem as equipes mais experientes. Acredito que esta é a tendência do momento.
Para tornar-se um esporte atraente à mídia, os organizadores de Enduro a Pé buscam tornar suas provas mais emocionantes, exigindo uma preparação muito maior das equipes. É claro que corre-se o risco do abandono de algumas equipes que não se adaptarem às novas condições. Talvez torne-se necessário a criação de uma nova categoria. Sem ter uma idéia precisa do que fazer neste momento, deixo para os organizadores encontrarem uma solução para esse dilema.
Este texto foi escrito por: George Hirata, especial para o Webventure