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Entrevista com Luciana di Franco, primeiro Xa feminino no Brasil

Redação Webventure/ Montanhismo

Luciana na <i>Crux no Filezão</i> (Xa) Barrinha (RJ) (foto: Pedro Stabile)” /><br /> Luciana na <i>Crux no Filezão</i> (Xa) Barrinha (RJ) (foto: Pedro Stabile)</div> <p>A escaladora carioca Luciana di Franco, de 23 anos, alcançou em novembro de 2006 uma marca inédita na escalada esportiva brasileira, encadenando a variante <i>Crux no Filezão</i> (Xa), na Barrinha, famosa falésia esportiva do Rio de Janeiro. </p> <p>Em apenas três anos de escalada, Luciana já encadenou vias como <i>Na Calada da Noite</i> (VIIIa) e <i>Especialidade da Casa</i> (VIIIb), na Serra do Cipó (MG); a travessia <i>Ponte Aérea</i> (VIIIc) no Campo Escola 2000 (RJ); e as vias <i>Filé no Espeto</i> (VIIIc), <i>Abobrinha</i> (VIIIc), <i>Espetinho</i> (IXa), <i>Filé com Certeza</i> (IXa), <i>Crux com Certeza</i> (IXb), e <i>Filezão</i> (IXc), na Barrinha. </p> <p>Com a variante <i>Crux no Filezão</i>, Luciana torna-se a primeira mulher no Brasil a encadenar um décimo grau. A variante, de aproximadamente 110 movimentos, é uma junção da <i>Crux com Certeza</i> (IXb) com a <i>Filezão</i> (IXc).</p> <p>Confira abaixo a entrevista com a escaladora.</p> <p><b>Webventure – Como começou a escalar, e quanto tempo faz?<br />Luciana di Franco</b> – Bom, comecei a escalar não por acaso mas porque sempre senti uma atração muito grande por esse tipo de atividade, tinha curiosidade de como seria estar lá no meio daquelas paredes, que pra mim eram um mundo aparte do qual vivemos. Mês que vem (abril/2007) fazem 3 anos. </p> <p><b>Quantos dias por semana você escala e como são seus treinos?</b><br />Eu até tento seguir uma regra, um plano, mas confesso que na maioria das vezes não dá muito certo. Geralmente eu escalo cinco vezes por semana e os treinos são aleatórios, dependendo de outros fatores, eles são divididos em treinos no muro, na rocha (minha preferência), campus board… </p> <p><b>Escalada é a sua principal atividade? Tem apoios, patrocínios?</b><br />É a minha principal atividade, mas sempre procuro fazer algum tipo de atividade aeróbica também. Só apoio moral (risos).</p> <p><b>Atualmente você escala outras modalidades, ou somente esportiva? O que mais te atrai na escalada?</b><br />Infelizmente faz algum tempo que não pratico escalada tradicional, que é uma escalada bem diferente da esportiva pois imprime um sentido distinto a atividade que muito me agrada. No entanto a esportiva é minha preferência sim. Não sei nem se posso dizer preferência, mas é a mais viável no momento e a qual estou mais envolvida. Essa modalidade da escalada me chama a atenção por um motivo inicial óbvio que é a dificuldade e com ela o desafio, a alta performance…</p> <p><b>A variante <i>Crux no Filezão</i> está cotada em Xa, um grau inédito para a escalada feminina no Brasil. Como é a via, como foram as tentativas e a cadena?</b><br />A via é pura resistência, mas exige da cabeça tanto quanto exige do braço. É necessário muita persistência, insistência e obstinação (risos), eu sempre caía faltando uns 5 movimentos pra encadenar a via. Depois de fazer uns 100 movimentos, às vezes era entristecedor, mas eu nunca pensei em desistir. Mas no dia da cadena eu senti uma sensação de satisfação inédita.</p> <p><b>Escalando esse grau de dificuldade, você teria condições de competir pelas primeiras colocações no campeonato brasileiro de escalada esportiva. Isso está nos seus planos?</b><br />Não me interesso por competições, não tenho nada contra muro, até tenho um, mas só me sinto escalando de verdade na rocha. Tento ao máximo escalar pra mim e não para os outros ou contra os outros.</p> <p><b>Tem vontade de entrar de novo na via, ou por enquanto “não, já encadenei, chega”?</b><br />Não sei se é um defeito, mas não sinto vontade de repetir vias que eu já fiz, apesar de saber que isso pode ser muito bom para criar base. Gosto de estar sempre buscando novos desafios, é isso que me proporciona prazer na escalada.</p> <p><b>Escala sempre com as mesmas pessoas? Como isso influencia a sua escalada?</b><br />Sim, com uma pessoa só na maioria das vezes.</p> <p><b>Quais os seus locais favoritos de escalada, inclusive fora do Rio?</b><br />A Barrinha no Rio, e o Cipó em Minas. Ainda tenho um mundo para conhecer e muito para aprender, sou uma criança no mundo da escalada.</p> <p><b>E algum lugar que você ainda não conhece e tem vontade de ir?</b><br /> Acho que todos os picos que eu não conheço eu tenho vontade de ir.</p> <p><b>Tem alguma meta, planos futuros?</b><br />Escalar, escalar, escalar.</p> <p><strong><em>Este texto foi escrito por: Filippo Croso</em></strong></p> <div class=

Last modified: março 12, 2007

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