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Entrevista exclusiva com Fabio Paiva


Fabio Paiva dá entrevista logo após a conquista do título da primeira etapa. (foto: Luciana de Oliveira/Webventure)

Fabio Paiva fala em entrevista exclusiva ao Webventure sobre seu relacionamento com as canoas havaianas. Ele é capitão da equipe masculina do Clube Atlético Paulistano, que conquistou neste fim de semana (27/4 e 28/4) o título de campeã da primeira etapa do Circuito Brasileiro de Canoas Havaianas, em São Vicente (SP). Além disso, Fabio é um dos percussores do esporte no Brasil.

Webventure O que você achou da prova final desta primeira etapa do Circuito Brasileiro de Canoas Havaianas?
Fabio
– O nível técnico foi muito forte e tivemos que adotar algumas estratégias, e isso ajudou.

Webventure Quais foram as estratégias utilizadas?
Fabio
– A estratégia era mirar no rumo, em frente ao canal 6 e aproveitar o máximo possível de marola. A equipe correspondeu ao comando perfeitamente e foi isso que importou. Se na hora que você dá o toque da marola a equipe não estiver coesa, você fica. Então a idéia era essa: no toque, a gente aproveitava e pegava a marola, e isso dava velocidade.

Webventure As onda fortes chegaram a atrapalhar no começo da prova?
Fabio
– Não chegaram a atrapalhar não, acho que pra ninguém, porque as equipes que foram selecionadas são experientes e de nível muito forte. Logicamente para uma prova dessa teve que ter seletiva, como a que foi feita no final de semana passado, em uma prova de média distância que valeu pro Circuito Nacional. Esse critério definiu as equipes mais experientes para essa prova de longa.

Webventure Você acha que a próxima etapa vai ser tão difícil quanto essa?
Fabio
– A tendência são as etapas ficarem cada vez mais difíceis. As equipes estão se juntando, os atletas já tem uma certa experiência. São atletas de corrida de aventura, até mesmo atletas de academia, que estão remando forte e têm se destacado muito. Mas o que vai fazer crescer são justamente os núcleos que estão sendo formados agora. Para a próxima prova eu tenho certeza que o dobro de inscritos vão estar presentes. Eu considero um ponto muito forte São Paulo (capital), porque tem muito clube que está tendo interesse, em virtude do remo não estar correspondendo a um crescimento tão forte e eles terem tudo na mão. Tem raia olímpica, tem garagem, que é o que a gente precisa também; então vemos que essa adesão e esse interesse que eles tão tendo é realmente importante para o crescimento da canoa havaiana. Podemos citar o clube Paulistano e a USP, que está interessada também na canoa havaiana. Então as equipes de aventura e os atletas vão ter um local de treinamento com a base que a gente tem no mar. Eles podem estar treinando e pegando experiência aos finais-de-semana com a gente aqui na praia.

Webventure Há quanto tempo você rema e quais são seus títulos?
Fabio
– Eu remo a canoagem há 17 anos. Fui 15 vezes campeão brasileiro de canoagem, tri-campeão brasileiro de rafting, medalha de bronze na Maratona Internacional da Volta à Ilha da Madeira, bronze nos Jogos Mundiais de Natureza em rafting e sétimo lugar no Mundial da Camel, no Rio Orange. E agora minha grande paixão é a canoa havaiana, que dizem que é o rafting do mar…

Webventure E como você começou na canoa havaiana?
Fabio
– O interesse veio há uns seis anos. Eu sempre fui apaixonado por esporte a remo e vi numa TV a cabo a prova mais famosa que existe de canoa havaiana, no Havaí. São 270 canoas alinhadas para largar. É realmente uma coisa emocionante. Quando eu vi, já arrepiei na hora. Naquele dia eu falei “eu vou trazer isso para o Brasil”. Logicamente quando você está preso a uma meta e coloca bastante amor, emoção e energia em cima disto você atrai as pessoas que justamente podem de te ajudar.

Webventure Algum atleta te ajudou?
Fabio
– Ah, lógico…O Frederico (atleta do Paulistano) foi peça fundamental, o Ronald Willians, no Rio, também. O conjunto dos três viabilizou com que a canoa hoje estivesse no Brasil e isso é que é importante.

Webventure Há quanto tempo a canoa havaiana está no Brasil?
Fabio
– Ela está desde de outubro de 2000. Mas demorou um pouco para ela estar à disposição porque teve um processo de montar a canoa que veio para cá. Ela veio com 14 metros, mas toda desmontada. Então eu aproveitei a minha fábrica de caiaques pra poder montá-la, tirar a forma pra poder fabricá-la e difundir o esporte. Podemos dizer que a canoa começou na faixa de 11 meses, e em onze meses é surpreendente o crescimento que ela tem dado como esporte novo. E uma coisa impressionante é a adesão feminina. Nós temos hoje 70% de mulheres entre os remadores de canoa havaiana e vai crescer cada vez mais. A mulher mostra que ela tem muito mais resistência à dor. O homem não agüenta o que a mulher agüenta.

Webventure Fiquei sabendo que você vai voltar para um esporte que já te deu muitas alegrias. Como vai ser essa volta pro rafting, para a Canoar Master?
Fabio
– Eu estava regateando e eu resolvi parar assim que eu tivesse o meu filho. Tentei regatear até agora, mas é impossível. É uma coisa que também está no sangue: o esporte, o rafting e a equipe. Somos muito unidos, e nos respeitamos; já temos um conjunto e devido a várias insistências deles fica difícil recusar esse convite. Nós vamos estar numa prova de resistência, a longa, e eu vou participar dela. Mas eu pretendo me dedicar ainda mais ao rafting e à canoa havaiana também porque a remada é muito parecida, o conjunto é muito parecido. Somos nós mesmos da canoa havaiana que vamos estar no bote, então não vamos deixar de lado, vamos tentar passar forte na área.

Este texto foi escrito por: Camila Christianini