Carlo de Gavardo na sétima etapa do Rally dos Sertões (foto: Tom Papp/ www.webventure.com.br)
O piloto chileno Carlo de Gavardo, que está na segunda colocação geral de motos na sétima etapa do Rally dos Sertões 2005, pode vencer por antecipação o Mundial de Cross-country FIM. Porém afirma que tentar vencer o Sertões na geral das motos seria “fazer loucura”.
Confirmando a conquista do Mundial no Brasil, De Gavardo irá trocar a categoria 450cc por desafios maiores. O chileno anunciou que na próxima etapa do Mundial, o Rally dos Faraós (Egito) no final de setembro, já deve usar uma nova moto com motor maior.
Atrás 1 hora e 5 minutos de Jean Azevedo, que deve sagrar-se pentacampeão do Sertões, De Gavardo concedeu entrevista ao Webventure sobre os dias no rali, após cinco anos da última participação.
Webventure – Qual a diferença do rali que você viu há cinco anos e este?
Carlo de Gavardo – Em primeiro a segurança que é muito melhor. Já existem dois helicópteros muito bem preparados para acidentes graves, situações graves. A organização, na parte esportiva, está muito profissional, os horários se cumprem com precisão. Como rali mesmo está igual como sempre foi: maravilhoso, isso não varia muito. Mas o que faz muita diferença é isso da segurança e da parte esportiva da prova. Sem contar que a estrutura esportiva cresceu enormemente. E já era grande quando eu vim pela última vez, então agora o número de carros e motos participando é gigante.
Webventure – Como está sendo sua participação?
De Gavardo – Estou sendo muito conservador. Andando forte, no máximo todos os dias, mas sem fazer loucura. Digo fazer loucura de tentar alcançar o Jean, porque a penalização foi muito bonita (risos), quero dizer que foi muito grande. E milagres não existem aqui! Então quero ganhar tempo, andar forte e dar o máximo todos os dias, mas não vou tentar recuperar este tempo. Então é isso, andando forte mas sem ficar maluco. A prova está muito perigosa, com muitas erosões e a planilha está muito precisa, mas tem muita coisa na planilha então é preciso andar muito concentrado. Qualquer erro pode significar uma queda muito forte.
Webventure – O Jalapão era muito difícil?
De Gavardo – Não, o Japapão não. Ele era fisicamente exigente. Era uma corrida forte, mas não era cheio de erosões como foi o dia de hoje e como vai ser a especial de amanhã. Isso sim é muito mais perigoso.
Webventure – Como se sente quase vitorioso no mundial da FIM por este rali?
De Gavardo – Isso é lindo, mas também é difícil porque eu ainda tenho que terminar a prova, e todos os dias existe a possibilidade que me aconteça alguma coisa, aconteça alguma coisa na moto. Hoje foi um burro, quase me choquei com um burro. Hoje também havia um rio muito profundo e amanhã teremos outro rio muito profundo. Sobre isso é melhor falarmos na terça. Mas o que te posso dizer que será muito bom ganhar o Mundial antecipado porque já posso botar a cabeça no Dakar. E a princípio esta será minha última prova com uma 450cc. No Egito, o Rally dos Faraós (próxima etapa do Mundial de Cross-country FIM), já vou com uma moto grande, a mesma que vou usar no Dakar. Este é meu último Mundial com 450cc. Eu espero terminar o Mundial aqui para já poder pegar a moto grande e estar pronto para o Dakar. Faz dois anos que estou competindo com 450cc e é muito diferente a forma de lidar com o motor. Mas se acontecer tudo muito bem, vai ser lindo sair com o título aqui na América do Sul.
Webventure – Então é certo que no próximo Dakar você corre com outra moto?
De Gavardo – A moto é a mesma, mas com um motor maior. No Egito e em Dubai (UAE Desert Challenge) vou usar já a outra moto. Em novembro, em Dubai já é a última etapa do Mundial deste ano. Depois só o Dakar.
Este texto foi escrito por: Cristina Degani