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Equipamento antigo pode ter matado paraquedista

Falha humana ou de equipamento? É o que o Serviço Regional de Aviação Civil (Serac), órgão do Ministério da Aeronáutica, está investigando no acidente que matou o ex-campeão sul-americano e instrutor de
paraquedismo Francisco Giglioti, de 47 anos, no último domingo, em Sorocaba.

Giglioti saltou no aeroporto da cidade e pára-quedas reserva
abriu-se independente do comando, enroscando-se no equipamento principal. Giglioti caiu de uma altura de 12 metros, equivalente a um prédio de quatro andares, e chocou-se com o asfalto da pista de pouso dos aviões.

O paraquedista ainda sobreviveu à queda e foi socorrido por um médico da Marinha. Ele foi levado ao Hospital Regional de Sorocaba com várias fraturas no tórax, braços e bacia e morreu durante a cirurgia, domingo à noite. O corpo foi sepultado em São Paulo.

Os paraquedas e equipamentos usados pelo instrutor foram recolhidos e serão submetidos a perícia. O laudo, que deve ficar pronto em dez dias, pode apontar a causa do acidente. A morte do instrutor será apurada também em um inquérito a ser aberto pelo 8ª Distrito Policial de Sorocaba.

“Para mim, foi falha de equipamento”, define Ricardo Pettená, um dos pioneiros do esporte no Brasil. “Ele estava usando uma tecnologia ultrapassada.” Pettená explica que Giglioti usava um dispositivo chamado FXC, criado há mais de 30 anos, que abre automaticamente o paraquedas reserva.

Risco calculado – “Hoje já existe o ‘cypress’, dispositivo que tem a mesma função, só que é computadorizado, aumentando a segurança. Nunca houve um acidente com ele. Mas antes dessa inovação, os paraquedistas até deixavam de usar o dispositivo porque só existia o FXC, que já não é tão confiável”, diz Pettená.

O importante, segundo o paraquedista, é que acidentes como esse não distorçam a imagem da modalidade. “O paraquedismo é um esporte de risco sim. Mas o risco pode ser controlado e calculado desde que se tome cuidados básicos.” Pettená alerta que ninguém deve saltar se não estiver bem treinado, ligado a um grupo que preze a segurança e principalmente usando o que há de mais moderno em equipamentos.”

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira