Cadeirinha para a prática de técnicas verticais. (foto: Camila Christianini / Webventure)
As técnicas verticais deixaram de ser utilizadas apenas em atividades como alpinismo ou exploração de cavernas e, acompanhando a tendência esportiva passou a ser obstáculo indispensável nas mais desafiadoras corridas de aventura.
Grandes desníveis, além de obstáculos que tem a força da gravidade como adversária dos atletas, é objeto de desejo de fotógrafos e cinegrafistas que tem a incumbência de registrar toda a aventura, mostrando preferência para momentos como estes por conta da dimensão da aventura que uma imagem de técnicas verticais pode expressar.
Independente do local da corrida, os equipamentos utilizados para transpor estes obstáculos vertiginosos são sempre os mesmos, com rigorosas normas de segurança, diferenciando apenas na quantidade de equipamentos, que varia de uma corrida para outra.
Cordas – são fornecidas pela organização do evento. São confeccionadas com tecnologia apropriada, em material selecionado para oferecerem resistência superior a 2.500 kg de tração. Para saber, devem ser cordas estáticas, com diâmetro superior a dez milímetros.
Fitas – servem para ancoragem das cordas e também são fornecidas pela organização do evento, Substituem cordas em locais onde é necessário um pouco mais de praticidade e menor volume de material. Fitas podem ser estruturalmente tubulares ou planas, sempre com resistência superior a carga de 1.800 kg de tração.
Mosquetões – muitos são encontrados nas ancoragens e nos sistemas de tirolesa e fazem parte da mesma estrutura de equipamentos fornecidos pela organização do evento. Para esta utilização são recomendados mosquetões de aço, com resistência superior a dos mosquetões esportivos.
Dos três equipamentos citados anteriormente, dois destes são solicitados aos competidores junto com outros ITENS OBRIGATÓRIOS e em menor quantidade para uso como equipamento individual: Fitas e Mosquetões.
As Fitas são da mesma qualidade e no caso do competidor é utilizada para o auto seguro, que serve como uma linha da vida usada na transição de um ambiente horizontal para um ambiente vertical, bem como durante as atividades na vertical.
Os Mosquetões são elos metálicos que unem o competidor com o mundo vertical. São conectados às fitas, às cordas, aos freios ou a outros equipamentos, dependendo da situação. Existem no mercado diferentes modelos que são indicados para diferentes propósitos esportivos ou profissionais, porém, para corridas de aventura, são recomendados mosquetões grandes, com trava e com resistência a cargas superiores a 2.000 kg.
A Cadeirinha, como sugere o nome, é um conjunto de fitas costuradas de forma que o participante fique em posição sentada durante a prática das técnicas verticais. Existem diferentes modelos para atividades como alpinismo, espeleologia e outras, sendo que no caso de corridas de aventura o modelo mais leve tem vantagem sobre outros modelos mais pesados.
Os Cordins também são usados para a prática e segurança nas técnicas verticais. Este equipamento dispõe da mesma tecnologia de construção das cordas, sendo as diferenças principais a espessura e a resistência, que são menores. Em muitas corridas é solicitados aos participantes portar dois cordins de espessura entre 5,5 e 7,0 milímetros, cada um com uma medida. Um cordim com aproximadamente 1,8 metros e outro com 2,2 metros de comprimento.
O Freio é o diferencial para uma descida de forma controlada ou uma queda de forma descontrolada. O aparelho que vai conectado a corda e ao participante pode ser encontrado nas lojas em diversas formas e modelos. O freio mais conhecido é o “oito” e os freios recomendados para corridas de aventura são freios que evitam torção nas cordasl, também conhecido como ATC.
Os Ascensores já são equipamentos que exigem mais conhecimento e prática de manuseio. Substituem alguns tipos de nós, são utilizados em cordas fixas e são solicitados para competidores em provas de maior duração ou de maior dificuldade.
Por último e tão importante quanto todos os outros equipamentos, o Capacete. Este equipamento fornece proteção contra pequenas batidas, quedas, choques e também contra tudo o que pode cair como pedras, equipamentos, galhos de árvores, água e outros competidores. Existem diferentes modelos e marcas, sendo recomendados os capacetes que foram submetidos a testes rigorosos contra impactos e possuem certificados de normas de segurança.
Independente da atividade vertical sugerida pelo circuito da corrida de aventura seja ela um rappel, uma tirolesa, ascensão por cordas ou escadas, o conhecimento é um item indispensável.
Conhecer o funcionamento do equipamento, estar adaptado aos diferentes usos e capacitado a usá-los, diminui os riscos de acidente e proporcionam mais divertimento na hora de estar pendurado e se perguntar o que fazemos naquele lugar naquela hora.
Em caso de dúvidas não hesite em perguntar para pessoas mais experientes.
Nelson Barretta, colaborador do Webventure, é alpinista e participou de sete expedições antárticas, pelo Programa Antártico Brasileiro, através do Clube Alpino Paulista. Escalou vulcões e altas montanhas da Cordilheira dos Andes. Atualmente participa da produção do filme Extremo Sul (www.webventure.com.br/extremosul).
Este texto foi escrito por: Nelson Barretta, especial para o Webventure