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Equipe 100 Stress termina Vulcões e elogia a prova


Equipe Try On 100 Stress feliz por ter completado a prova pela segunda vez (foto: Arquivo pessoal Vitor Negrete)

Pela segunda vez a equipe 100 Stress nesta edição Try On 100 Stress termina a corrida Desafio dos Vulcões, que teve 500 quilômetros na Patagônia argentina e chilena. A equipe, formada por Gabriela Jonsson, Vitor Negrete, Paulo Mazzoco e Décio Santos, terminou a competição em 27º lugar, com 151 horas e 20 minutos de prova.

Para Vitor Negrete, montanhista e atleta de corrida de aventura que faz parte do time de colaboradores e colunistas do Webventure, a prova lembrou muito as corridas da EMA Expedição Mata Atlântica. “Acho que tive essa lembrança porque não temos mais provas longas, duras e difíceis aqui no Brasil”, disse Vitor. Foi a primeira vez que ele competiu no Desafio dos Vulcões.

O atleta conta que os Vulcões remete ao “perigoso” em alguns pontos, em que o atleta não pode se distrair, senão podem acontecer acidentes graves. O fato de não ver o apoio por trechos longos também lembrou a produção de provas da EMA. “Tivemos de carregar equipamentos e roupas por longos trechos, isso é estratégico e expedicionário”.

Estratégias – Enquanto que nas provas atuais do Brasil os atletas fazem com uma mochila de 15 a 20 litros, lá a equipe Try On encontrou poucas vezes com o apoio e usou mochila de ataque de 35 litros. “Aqui, em provas longas como o Ecomotion, encontramos o apoio diversas vezes e não precisamos carregar muita coisa”, explica Vitor.

Um detalhe bem positivo na opinião dele é a constante conferência dos equipamentos, a checagem dos obrigatórios com a equipe e com o atleta, individualmente. “É uma forma de verificar se as equipes estão cumprindo as exigências”.

Vitor Negrete explicou que a equipe não pegou corte algum, mas acabou tendo problemas de navegação durante a prova, o que atrasou para uma melhor posição. No ranking no site do Desafio dos Vulcões, a equipe aparece na listagem com “Chegada com roteiro modificado”. Na explicação da equipe, a organização alterou o fim da canoagem para as últimas equipes chegarem com segurança em Valdívia, mas isso não foi um corte.

No entanto, a navegação estava um pouco complicada para sua equipe, ele explica: “Em dois momentos paramos para esperar o sol nascer, para enxergar o local em que estávamos com mais clareza. Ficamos em um pelotão mais atrás. A carta era com escala para 1:150.000 e acho que era bem razoável. O que nós tivemos foram problemas com relação aos caiaques e ao apoio. Os caiaques eram muito ruins”.

Essa também foi a maior reclamação e motivo de desistência da equipe Telexpo Brasil, que afundou após a largada. “Tivemos de parar várias vezes para tirar a água do nosso caiaque. É complicado ser competitivo com o equipamento que eles oferecem”.

Apoio de quem? – Vitor também contou (bem humorado até) sobre o apoio quase inexistente da equipe. “Nosso apoio era muito ruim mesmo. Um exemplo foi o PC que era transição para caiaque em que as roupas estavam pelo avesso e o caiaque não estava montado, nem deixaram nossos gel de carboidrato e em nenhum PC a comida estava pronta”.

Para atleta, a assistência prometida não veio. A dica dele é levar o apoio do Brasil mesmo em uma corrida internacional. “Você não sabe o que vai encontrar lá na maioria das vezes”. A pior história foi após um dia complicado os apoios não fazerem o jantar. “Eles viraram e falaram que iam jantar em outro lugar. E a gente que se virasse!”, conta ainda incrédulo o montanhista.

“Para terminar, nosso dinheiro de reserva estava dentro de uma mala, que estava dentro de outra e esse dinheiro sumiu. Não posso acusar ninguém, mas é estranho. No mínimo eles foram negligentes. Foram quase 500 dólares”.

Mas a conclusão de Vitor é que a prova foi linda. Ele elogiou muito a estrutura dos organizadores Guri e Vacarezza, como as ótimas Áreas de Transição, fiscais de Posto de Controle muito bons e nos locais certos, com recebimento rápido das equipes. “Várias pessoas no PC nos recebiam e davam informações sobre o caminho; estavam sempre conectados por rádios, seguros, tranqüilos”.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani