Equipe venceu com 98 horas de prova (foto: Pedro Sibahi)
Os espanhóis Urtzi Iglesias, Jon Arambalza e Angel Garcia, junto com a brasileira Bárbara Bomfim, são os campeões do Ecomotion/Pro 2012. Eles levaram 108 horas para completar os 585 quilômetros do percurso, terminando às 18h20. A equipe se destacou por conquistar e manter a primeira colocação desde o PC 4, no início da competição.
Apesar do bom desempenho, a equipe também sofreu com os desafios que se apresentaram nessa edição. Para Jon, a canoagem foi de longe a parte mais difícil, apesar do trekking ter se mostrado bastante técnico e de difícil navegação.
Yari Oliveira, responsável pela segurança das pernas de canoagem, conta que a equipe hispano-brasileira tomou o maior tombo que ele viu. Eles chegaram no funil do Rio Paranã as 5h30 e esperaram até as 6h para descer com sol. Mesmo assim eles caíram na primeira onda, quebraram um remo e desceram rolando.
As montanhas são bonitas, as zonas de corredeiras são muito divertidas. Eu Nunca tinha remado em rios tão selvagens, afirmou Angel.
O time também perdeu um pouco de tempo após o dark zone. Eles chegaram na área 20 minutos antes fecharem a passagem durante a noite, mas depois que atravessaram o trecho, acabaram dormindo 5 horas ao invés das duas programadas.
Desafio em dobro. Além de percorrer todas as adversidades do percurso, o espanhol Angel Silva ainda precisou lidar com uma doença chamada hemofilia, que incapacita o corpo de controlar sangramento.
Tomando a medicação correta, Angel diz que nunca teve problemas, e que é importante fazer sempre aquilo de que se gosta. Fizemos um bom planejamento e estava sempre tranquilo, contou. A equipe de apoio estava sempre preparada, eu só precisava parar um pouco e tomar a medicação nos momentos certos. Calculamos essas paradas antes.
Outsider brasileira. Além de ser a única mulher da equipe, Bárbara Bomfim era também a única brasileira. Ela conheceu os espanhóis pela primeira vez na Costa Rica quando corria com a Oskalunga em 2011, depois reencontrou o grupo no Campeonato Mundial de Corrida de Aventura na Tasmânia.
Já tínhamos o contato, eles tiveram a oportunidade de vir aqui, aí encaixou. Como eu sou daqui de Brasília, ficou mais fácil, explicou a atleta, que assumiu sentir falta de sua equipe original. Eu queria estar ganhando com a equipe Oskalunga, mas infelizmente ela mudou, a equipe se dividiu. Mas, eu acho que eu carrego totalmente essa força Kalunga, tanto que a prova inteira fiquei mentalizando isso dentro de mim.
Com relação aos novos companheiros, Bárbara diz que a experiência foi um aprendizado diferente. Senti uma diferença, porque a equipe funciona de um jeito diferente do que eu estava acostumada, e fui tentando me encaixar, tentando sobreviver e não dar trabalho, explicou.
Segundo Bárbara, para ganhar sincronia é preciso correr muita prova junto, é muito difícil fazer o que a gente fez. Ter juntado quatro pessoas que nunca correram juntas e ganhar foi muita sorte mesmo.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi, direto de Alto Paraíso (GO)