6/01/2000 – A Equipe Hollywood Troller mostrou que todo o trabalho de planejamento e preparação valeu à pena e comemorou hoje a boa classificação do time, que colocou dois de seus quatro carro entre os 20 primeiros na categoria T3 (Protótipos), a elite do maior rali do mundo. A primeira dupla do time a chegar a Tambacounda (Senegal) foi Reinaldo Varella/Alberto Fadigatti (atuais campeões brasileiros e do Rali dos Sertões), ficando com o 15º lugar na categoria T3 e 49º na geral, com 4h14n16, ganhando 44 posições nos 284 km de especial . Eles largaram na 93º posição. A segunda a chegar foi a dupla cearense Arnoldo Jr./Galdino Gabriel 20º na T3 / 80º na geral, depois de largar em 92º, com 4h41m42. A liderança dessa primeira etapa ficou com a dupla portuguesa Souza/Luz (Mitsubishi).
Cacá Clauset e Amyr Klink concluíram a etapa em 95º na geral, com 4h54m39. A dupla largou em 94º lugar, perdendo apenas uma posição durante o percurso. O primeiro carro da equipe Hollywood Troller largou na especial as 12h59, com Roberto Macedo e Marcos Ermírio de Moraes, que enfrentaram alguns problemas durante o percurso, mas se mantiveram na prova.
Klever Kloberg (Mitsubishi) terminou em 32º na geral e 8º em sua categoria (T1). Ele largou em 31º .
Juca Bala, outro piloto brasileiro na categoria motos terminou em 24º na geral, com KTM.
Direto do Deserto
Esse primeiro trecho foi muito parecido com o que estamos acostumados a andar no Brasil, no Rali dos Sertões. Piso bom, bem técnico e nós poupamos bastante o carro percorrendo os 288 km da especial em 4h15m, média de 67 km/h. Para amanhã, acredito que será tranqüilo, pois o piso continua o mesmo, só muda a distância. O carro teve um bom desempenho
Estamos muito felizes com a estréia, realmente, esse primeiro trecho é bastante semelhante ao Rali dos Sertões, com bancos de areia. Como nosso objetivo é chegar ao Cairo, mantivemos nossa proposta de andar devagar, sem correr riscos.
DL-7Km, Esp-212Km, DC-140 TT-359Km
O Rallye sai do Senegal e entra no Mali continuando por estradas de terra vermelha de longas retas só que mais estreitas. Outra vez um percurso que exige muita pilotagem com até algumas passagens no estilo “trial”. As condições são muito difíceis para os caminhões. Na chegada ao bivouac de Kayes a cisntatação de que nessa etapa os mecânicos que seguem o rallye de avião não estarão lá
O dia de amanhã (7/1)
Com a experiência adquirida hoje o segundo dia de prova poderia ser considerado como mais fácil. No entanto, por ser disputado em um percurso mais difícil, esse segundo dia vai contribuir para fazer com que os participantes entrem ainda mais profundamente no espírito da aventura.
Os perigos da 2a. etapa
Pistas estreitas e uma sequência de obstáculos que estão mais para trial do que para rali de velocidade. É uma maneira de exigir um pouco mais da parte mecânica dos automóveis em uma outra situação. Resumindo, o tempero certo para determinar quem é o melhor conjunto.
O Comentário do Nélson Piquet
A gente sempre espera o melhor e torce direto para o Brasil. Mas faz isso com conhecimento de causa, com a experiência de quem sabe que uma competição não é questão de vontade ou de boas intenções. Agora ter visto a Equipe Hollywood Troller fazer bonito logo de cara é uma felicidade especial, estão todos de parabéns. E olha que nem chegaram ainda ao deserto onde os carros criados nas dunas cearenses vão mostrar todo o seu potencial.
O Mali
O antigo império do Mali floresceu no oeste africano do século 13 ao século 16. O comércio, principalmente o do ouro foi a base para esse crescimento que fez espalhar a cultura do Mali até o Egito. No entanto a maré de crescimento que carregou o império ao sucesso o impeliu como em tantos outros casos ao declínio. Mais uma vez um império crescia mais do que a sua própria força política e militar. Mas restou a sua cultura e a sua história que mesmo em um país dividido entre a zona nômade (os tuaregs) do Sahara e a zona agrícola da Savana mostra a personalidade do País. Como encruzilhada entre o norte e o oeste africanos desenvolveu uma tradição cultural. Situado entre o mundo árabe do norte e o mundo da África negra ao sul o Mali há séculos é um ponto de encontro de culturas.
A Cultura
Os tambores Djombe, Tabala e Kalango marcam o compasso de uma música que acompanha a tradição oral de sua história. Uma história que pouco a pouco começa a ser melhor conhecida já que o país, depois do Egito é aquele onde existem mais explorações arqueológicas. No futuro próximo uma crescente exploração de ouro (em mais dois anos o país passará a exportar o metal) vai servir de base para que toda essa massa histórica seja melhor explorada e conhecida.
O Prato Nacional
Na verdade mais tradicional do que a comida (escassa em muitas regiões) é o costume do doce e chá quente que os habitantes do Mali tomam em tradicionais e amigáveis 3 rodadas. Só resta depois disso a despedida “kanbiafó” que na língua Babara ( a mais falada depois do idioma oficial francês) que dizer Até mais.
Este texto foi escrito por: Meg Cotrim
Last modified: janeiro 6, 2000