Equipe que vai para o mundial com exceção de Frederico (primeiro à esq.) (foto: Rodrigo Meurer)
Depois de vencer o circuito 2011 do Adventure Camp e receber doações inesperadas (leia aqui), a equipe Oskalunga Multisport se prepara para um dos maiores desafios que já enfrentou. No próximo dia 31 de outubro começa o ARWC (Campeonato Mundial de Corrida de Aventura, na sigla em inglês) na Tasmânia, ilha localizada no sudeste da Austrália. “Estou encarando como o desafio da vida. Me dedicando como se fosse a última coisa que eu fosse fazer, contou ao Webventure Rafael Melges, capitão da equipe.
A prova no estilo expedição será realizada no lado oeste da ilha, que é a região mais montanhosa de todo o continente. A Tasmânia é um país frio, com temperaturas em torno dos 18 graus no verão e uma vegetação variada: é possível encontrar desde pradarias até densas florestas temperadas. O local exato do percurso de 700 quilômetros (200 de trekking, 375 de mountain bike e 125 de caiaque) ainda não foi divulgado.
A Oskalunga, inicialmente composta apenas por brasilienses, irá viajar com uma formação um pouco diferente. O quarteto será formado por Bárbara Bomfim, de Brasília, mais os paulistas Diogo Malagon, Rafael Melges e Caco Fonseca, este da Selva Aventura, que substitui Frederico Gall, que não pode participar por causa de trabalho.
Combustível. Os multiesportistas não terão apoio, apenas caixas de equipamentos em alguns pontos de transição. Parte da alimentação é preparada ainda no Brasil, com auxílio de Fernando Carvalho, da Clínica 449, especializada em nutrição esportiva. O trabalho que o Fernando faz com a gente é igual o de guerra. Se tivermos que comer ração todo dia, vamos comer. Desapego emocional total. É comer combustível, não importa como ele seja, diz Rafael.
Para a empreitada, a Oskalunga conta ainda com o apoio da marca Kailash, que fornece parte dos equipamentos. Como o percurso é muito longo, os atletas terão de carregar uma mochila de 40 litros em vez de uma de 25, mais usual em corridas de aventura. Rafael também tem feito algumas customizações de equipamentos. “Conforme vamos treinando, vejo o que falta, aí faço as alterações”, conta. Ele criou, por exemplo, uma mala-bike própria para a prova, que é resistente, mas não obriga a desmontar a bicicleta para o transporte: basta tirar as rodas.
Financiamento. Apesar das doações anônimas recebidas no final do Adventure Camp, a equipe ainda precisa investir dinheiro próprio. Não temos um centavo para comprar equipamento. Nem para o pneu de bicicleta. Temos grana apenas para pagar a viagem mesmo, lamenta o capitão. Ele diz que todos os prêmios de competições têm sido usados para bancar os gastos da viagem, sendo que ainda falta cobrir cerca de R$ 10 mil dos R$ 35 mil necessários. Até 420 camisetas personalizadas da equipe estão sendo vendidas em competições e por alguns parceiros.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi