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Equipes reclamam dos cavalos

Mario Zanoteli fala da resistência e problemas com os cavalos.

Bernadino Pucci reclama da atitude dos veterinários

Anja da tribo dos pés fala sobre os sérios problemas com os cavalos.

Ninguém sabia dizer o que aconteceria com os cavalos nos 113 km de trilha, entre os postos de controle 03 e 09. Muitas equipes apostaram, principalmente as estrangeiras, na força dos animais para agüentar um ritmo forte. Os mais cautelosos traçaram a estratégia de formar uma dupla precisa para cumprir o horário previsto. Já a organização estimou 20% (18) de reposição dos 120 dos cavalos. E todos se deram mal.

O mais importante desta etapa não era sair em alta velocidade e ganhar tempo. As equipes precisavam ser boas na orientação e terem habilidades suficientes de enduro eqüestre. Outro fator fundamental era respeitar a resistência do animal e tratá-lo bem, com a devida alimentação.

Foram três dias e três noites de muita exaustão. As equipes enfrentaram terrenos diversos. Subiram serras, cavalgaram na areia e cruzaram o Rio Itacolomi. Mas algo de errado aconteceu. Muitos foram os times que reclamaram das condições físicas dos animais e alguns tiveram os cavalos vetados para prosseguir.

Em todos postos de controle intermediários, haviam veterinários contratados pela organização para a checagem. As equipes solicitaram a troca por novos animais mas não existia número suficiente e foram obrigadas a continuar sem um ou até dois cavalos. Foi o caso da norte-americana/ neozelandesa Varig Airlines que teve um cavalo impossibilitado no PC 6.

A brasileira Brasil Firemen também teve problemas. “Vínhamos bem no cavalo até que no PC 6 um deles, provavelmente por algum descuido, foi trocado. E o que ficou conosco é muito ruim. Tivemos que arrastá-lo durante todo o caminho” explicou o capitão, Valdir Pavão. “No geral, nosso cavalos estão sentido muito a prova”, completou.

Outra equipe prejudicada foi a brasileira Tribo dos Pés. O time da capitã Anja West, perdeu um cavalo no PC6 e pediu o veto de outra égua, porém não foi atendida. Somente no PC seguinte o animal foi barrado. “É uma judiação fazer isso com a égua. Tive que puxá-la do à força do PC 6 até o PC 7”, contou Anja.

Bernadino Pucci, outro integrante da equipe, ficou revoltado com a atitude dos veterinários. “A gente está tentando poupar os cavalos, só que eles não estão agüentando. Os veterinários têm que ter consciência disso”. Pucci culpa a organização da prova pelas condições dos animais. Para ele, “os cascos estão muito sensíveis. Eles ficaram encocheirados por dois meses e na hora de irem para a pedra o casco, amolecido, sente muito”. Anja concorda com o companheiro. ”Não sei se foi imprudência da organização, mas acho que os cavalos deveriam estar melhor preparados”. Anja e Pucci sabem do que falam pois os dois montam desde pequenos.

Ambas declarações vai contra a opinião do responsável pelos animais. Mário Zanotelli. Ele não considera que a maioria das equipes estejam reclamando dos animais. “Mais das 60% das equipes passaram pelo PC 7 sem reclamar”. Mário acredita que a temperatura de mais de 40º C foi o fator predominante no baixo rendimento dos animais. “Tivemos um impacto inicial com a alta umidade do ar e temperatura. Foi muito complicado para os cavalos. Ele ainda afirma que foram as equipes as grandes culpadas. “É lamentável que em um evento deste nível, as equipes que se inscreveram não tenham a preocupação merecida com os cavalos”, completa.

Na verdade, ainda não está esclarecida de quem é a culpa. Infelizmente, foram os animais que sofreram as conseqüências. Muitos chegaram aos postos de controle mancando e cansados do longo percurso.

Este texto foi escrito por: Andre Pascowitch