A atleta Érika Gramiscelli enviou uma nota de esclarecimento sobre o acidente entre ela e Jaqueline Mourão, onde as duas se tocaram e foram ao chão. Acompanhe o relato:
Nota oficial de esclarecimento ao público
Copa Internacional Sundown de Mountain Bike
Seletiva para os Jogos Olimpicos de Pequim
Eu, Érika Gramiscelli venho através desta esclarecer alguns tópicos relativos à prova de ontem realizada em Ouro Branco, que estão sendo abordados na imprensa de maneira equivocada e imprecisa, a saber:
A Copa Internacional de Mountain Bike, etapa de Ouro Branco foi de altíssimo nível técnico. Para surpresa de muitos disputei até a última curva a primeira colocação com a Sra. Jaqueline Mourão; todo este meu desempenho não foi por acaso, e sim, foi fruto de muito treinamento, dedicação e apoio dos meus patrocinadores, de profissionais que integram a minha equipe e amigos que acreditam em mim e estão apostando no meu desenvolvimento técnico e profissional.
São pessoas que vêem em mim um potencial e investem tempo e dinheiro na minha preparação como atleta. Para essas pessoas devo externar o meu mais sincero agradecimento e posso afirmar-lhes que todo esse carinho para comigo será recompensado e que estamos simplesmente no início de todo o processo traçado para a minha carreira desportiva.
A prova em si foi muito acirrada, disputada “roda-a-roda” com a Sra. Jaqueline Mourão. Para mim foi a constatação definitiva da minha técnica e do meu potencial verdadeiro e de que com o início do meu novo projeto de carreira a cargo de profissionais altamente qualificados do meio esportivo brasileiro e mundial conseguirei competir de igual para igual não só com atletas em nível nacional, mas principalmente de nível internacional que é o que o meu futuro reserva em termos de aperfeiçoamento técnico e de aprendizado profissional.
A competição em Ouro Branco foi decidida em detalhes e não através de meios ardilosos, anti-éticos e anti-profissionais. Tão pouco através de “vontade excessiva” de minha parte. As pessoas têm que entender que quando o atleta vê a possibilidade de vitória, ele tentará buscar a conquista, mas isto não significa a qualquer preço, até porque não estamos falando de competidoras amadoras, e sim, de atletas de alto nível e que se estão onde se encontram é resultado de muito trabalho, suor e dedicação.
Não sou aventureira, irresponsável, imatura e anti-profissional, acima de tudo sou uma profissional que depende do meu estado físico para competir e me sustentar financeiramente, sem contar com os compromissos profissionais assumidos com os meus patrocinadores e investidores. “Incidentes” ocorrerão quando duas “profissionais de ponta” estão no mesmo nível de competição e querem o mesmo objetivo.
O que aconteceu na pista durante a prova foi somente isto: a procura pela vitória por atletas altamente competitivas! Nada mais a acrescentar, pois cada um pode ter a sua visão para os fatos, até porque todo ser humano tem em seu íntimo uma predileção por um atleta numa competição esportiva, e isso envolve paixão, o que descaracteriza qualquer forma de isenção de interpretação. No entanto, o que não pode ocorrer, de forma alguma, foram os acontecimentos que se sucederam após a linha de chegada.
Tão logo completei a prova me deparei com uma situação inusitada, pois fui interpelada pela Sra. Jaqueline Mourão e pelo seu marido, Sr. Guido, esse último visivelmente alterado, transtornado e gritando ferozmente na minha direção os mais variados impropérios.
Quando são divulgados nos meios de comunicação que ocorreram “ofensas mútuas”, isto definitivamente não procede, pois primeiramente fiquei surpresa, estupefata, incrédula com tamanha grosseria proferida pelo Sr. Guido, esse sim o causador da revolta do público presente naquela seção da pista que manifestou-se com vaias para o comportamento agressivo desse senhor.
Com muita calma e tranquilidade fui retirada do local de entrega dos chips por amigos e principalmente pelo meu manager que permaneceu ao meu lado o tempo todo me oferecendo todo o suporte que eu precisava naquele momento. Essa minha postura profissional também é uma resposta àqueles que vêem na atleta Érika Gramiscelli uma ciclista temperamental e explosiva, pois mesmo após todas as agressões verbais que sofri do Sr. Guido simplesmente saí de perto dele e me dirigi até a tenda da Sundown onde permaneci até receber de volta a minha bicicleta.
Tão logo recebi a minha bike encaminhei-me para o hotel para tomar um banho, cuidar dos ferimentos ocasionados pela queda durante a prova e me preparar para a cerimônia de entrega de medalhas. Acredito que tais condutas cometidas pelo Sr. Guido são totalmente desnecessárias e mancham a imagem do esporte, pois foram atitudes contrárias à prática desportiva.
O mountain bike brasileiro definitivamente não precisa de condutas desse nível, até porque reitero perante a todos que não nutro nenhum sentimento negativo pessoal à atleta Jaqueline Mourão, muito pelo contrário, respeito a sua carreira, os seus resultados alcançados e o que ela significou para essa modalidade em nosso país. Tanto menciono isto “de coração” que sequer entrarei em polêmicas sobre qualquer tipo de “discussão” com ela ao final da prova, pois a mesma estava no “calor da corrida” e “no máximo do stress físico e mental” e acima de tudo o que necessitamos no Brasil é de um mountain bike competitivo, disputado, mas principalmente unido para alcançarmos resultados melhores em nível internacional nos próximos anos. Aproveito a oportunidade, inclusive, para felicitá-la e dar-lhe os parabéns pela conquista da etapa de Ouro Branco da Copa Internacional de Mountain Bike.
A todos espero ter esclarecido os fatos ocorridos na prova de ontem. Obrigada pela atenção e como sempre, estou à disposição de todos vocês para quaisquer outros esclarecimentos.
Atenciosamente,
Érika Gramiscelli
As opiniões expressadas aqui pela atleta não refletem, necessariamente, a política do Webventure.
Este texto foi escrito por: Érika Gramiscelli
Last modified: junho 10, 2008
