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Escolha o modelo ideal de moto

Redação Webventure/ Offroad

Escolha certa da moto é essencial (foto: Ricardo Leizer/ www.webventure.com.br)
Escolha certa da moto é essencial (foto: Ricardo Leizer/ www.webventure.com.br)

A escolha da sua primeira moto pode ser um desafio. Portanto, começar com o modelo certo é primordial para que o iniciante pegue gosto pelo esporte, assim como uma experiência ruim provavelmente vai fazer com que o novato desista de continuar. O desafio de escolher a moto apropriada se torna mais complicado devido às variáveis e combinações existentes entre a habilidade do motociclista e as condições de uso da moto.

Felizmente, os fabricantes reconhecem que o mercado de entrada no meio é uma das principais áreas de venda. Por isso, existem muitas opções para satisfazer os variados requisitos do iniciante. Muitos modelos de moto se enquadram no perfil de moto para quem está começando. Entretanto, todas elas têm características específicas que você deve considerar quando for comprar o equipamento.

Além de honestamente avaliar sua capacidade, você deve escolher uma moto que não apenas lhe seja conveniente, mas que possua características adequadas ao uso desejado. Os principais aspectos a serem considerados são a altura do assento, peso da moto, cilindrada, 2 ou 4 tempos, partida elétrica ou pedal, o quanto a pessoa vai levar a sério o esporte, se a moto ficará parada por longos períodos de tempo, se ela vai ser usada em pistas, trilhas ou nos dois terrenos e por último o custo benefício desse seu equipamento. Talvez com exceção do peso, cada variável tem suas vantagens e desvantagens.

Pés no chão – Poder alcançar o chão com os pés ao parar é de suma importância na avaliação do tamanho da futura moto. A menos que o motociclista seja um adolescente em fase de crescimento, deve encontrar uma moto sobre a qual possa se sentar enquanto ambos os pés tocam o chão.

Os novatos vão se apoiar nos pés, muito mais que um motociclista experiente, até que sua capacidade de manejar a moto progrida e eles se sintam mais à vontade com a moto. Não adianta dizer que apoiar-se sobre o pé é ruim, até mesmo os mais experientes ocasionalmente fazem isso.

Já o peso de uma moto é, naturalmente, melhor notado quando você levanta a sua máquina depois de um tombo, mas também é percebido nas curvas e descidas. Este é um dos aspectos, relativos à capacidade do motociclista, que deve ser avaliado: conheça os seus limites e evite uma moto que possa ser pesada demais.

A cilindrada anda de mãos dadas com o peso. Quanto maior o motor, mais pesado ele é. E, geralmente, quanto maior o motor, maior a potência produzida. Isso nos leva a dois tipos de motores que podem ser encontrados em motos off road: de 2 tempos e de 4 tempos. De forma geral, o motor de 2 tempos produz quase 2 vezes a potência de um motor de 4 tempos da mesma cilindrada, tem um melhor arranque e é mais leve. O motor de 4 tempos geralmente pesa mais porque possui um maior número de válvulas e outras peças, mas é mais econômico e mais “dócil”.

Os tempos – Uma vez que as motos de 4 tempos não respondem tão rapidamente quanto as de 2 tempos, elas podem ser mais facilmente controladas por um novato. No entanto, são realmente mais pesadas que as de 2 tempos, que têm uma potência equivalente. Apesar disso, às vezes uma massa maior produz melhor tração em condições escorregadias.

A partida dos tipos de motor não difere muito até 300cc. Nas motos de 2 tempos, geralmente é só dar uma ou duas pedaladas, e elas funcionam. Nas de 4 tempos com sistema de descompressão automática, como a Honda XR 400R, é a mesma coisa.

Em motos como a Yamaha WR 426F, você tem que ter certa habilidade. Porém, se você pega essa “manha”, a partida adquire uma confortável regularidade. Quando se está parado numa subida, o E-button (partida elétrica) é um presente dos deuses, especialmente para o aprendiz que deixa o motor morrer mais freqüentemente. Poder dar a partida e pôr a moto em marcha facilmente é um bônus de confiança, mas o preço é um peso médio adicional de cerca de 5 a 10 quilos pela bateria e o motor de partida.

O tempo em que o equipamento vai ficar guardado, sem uso, é algo a se considerar ao adquirir uma moto de partida elétrica. Um longo tempo sem uso pode fazer com que a bateria tenha que ser trocada, ou que você tenha que investir num carregador para mantê-la.

Como você vai usar? – O próximo item a ser considerado será o seu tipo de uso para essa moto: pista ou trilha, eis a questão. É lógico que você pode usar uma moto de pista na trilha e vice e versa, mas não é o ideal, e, em certos casos, como em competições de Enduro, não é o correto, já que para esses tipos de prova é preciso que a sua moto tenha pelo menos farol e lanterna traseira, afinal, você vai trafegar em vias públicas.

Além da parte elétrica, as motos feitas para pista têm outras grandes diferenças em relação às feitas para trilha: as suspensões traseiras e dianteiras são normalmente muito mais duras para agüentarem os saltos, as primeiras marchas são mais curtas (menos “baixas”) e ainda não possuem o pedal de descanso, que é vital para se abrir porteiras.

Quanto vale: eis a questão – Por último, vamos abordar o custo benefício de sua primeira moto. Existem no mercado vários modelos de moto para o uso fora de estrada, alguns poucos nacionais e muitos modelos importados. Os nacionais, com exceção das Husqwarnas que são produzidas em Manaus/AM pela Agrale, têm um preço mais acessível,uma manutenção mais barata, mas em contrapartida, não foram feitas para uso exclusivo fora de estrada.

É preciso fazer a retirada de algumas peças como piscas, bagageiros, etc. para se aliviar o peso extra, e também para que essas peças não se quebrem à toa, já que elas não são necessárias no fora de estrada; e ainda será necessário fazer algumas modificações para que ela fique melhor adaptada para este tipo de uso, como por exemplo, modificações na suspensão, troca do tanque de combustível, que geralmente é de lata, por um de plástico e a troca dos pneus originais por outros do tipo cross.

Mesmo assim, elas se dão muito bem nas trilhas e até nas pistas. Já os modelos importados, são mais caros e têm uma manutenção também mais cara, mas, foram feitos para esse tipo de uso e, o máximo que se deve fazer, é uma troca de guidão por um mais resistente e, no caso do uso em trilha, fazer a instalação de um protetor de mão para protegê-las, é claro.

Ainda falando em custo e benefício, avalie com que seriedade você pretende usar essa moto e gaste de acordo. Considere a freqüência com que será utilizada e se uma moto usada não se encaixa melhor no orçamento (na verdade, essa é uma boa idéia para uma primeira moto). Depois de algum tempo com a moto e certo de que essa fase não vai passar, daí você poderá vir a aumentar a faixa de despesa.

Este texto foi escrito por: Izaias Branco, especial para o Webventure

Last modified: setembro 3, 2001

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