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Especial foi “fácil”, apesar do sono


Após a especial Klever passeia pelo acampamento em Zouerat. (foto: Ricardo Ribeiro)

Zouerat (Mauritânia) – Não foi tão difícil como esperado. Assim o piloto brasileiro Klever Kolberg, da Equipe BR Lubrax, definiu a segunda fase da etapa “Maratona” do Rally Paris-Dakar, disputada entre Ouzazate e Tan-Tan, no Marrocos, e Zouerat, na Mauritânia, ontem e hoje (03/01).

O trecho teve cerca de 1.600 quilômetros, nos dois dias, com oito horas de intervalo para manutenção e descanso. “Na verdade, o trajeto cronometrado parecia uma avenida com 370 quilômetros de extensão, em linha reta. O que realmente dificultou foi o sono. Eu larguei às 2h25 (0h25 horário de Brasília)”, comentou Kolberg. No total, incluindo o deslocamento, a prova hoje teve 793 quilômetros.

A tal “avenida” no deserto chegou a assustar no início o estreante Luiz Mingione (Honda Tornado Rally 250). Ainda se acostumando com a paisagem do deserto africano, o paulista de 43 anos disse que sentiu “medo” ao olhar para os lados e não encontrar nenhum sinal de vida. “Na hora fiquei pensando o que poderia acontecer se eu ficasse lá perdido”, comentou na chegada ao acampamento do rali montado no aeroporto de Zouerat e cercado por soldados do exército armados com metralhadoras e fuzis. “Mas logo depois já havia me localizado nas referências marcadas na planilha da organização”.

Susto – A tranqüilidade de Mingione não durou muito. Quilômetros à frente, ao cruzar um vilarejo, o brasileiro foi surpreendido por um bando que o ameaçou com pedaços de pau. “Parecia que eles queriam me acertar. Se tivessem conseguido, a situação ficaria complicada. Foi assustador”, narrou o brasileiro.

Juca Bala, atual campeão do Paris-Dakar na categoria Motos Super Production até 400 cilindradas, teve mais sorte que o colega. “A etapa foi boa e consegui acelerar forte em alguns trechos. Os pilotos com motos mais potentes se deram melhor”.

Por segundos – André Azevedo e os tchecos Tomas Tomecek e Mira Martinec (Equipe BR Lubrax), com um caminhão Tatra, protagonizaram um dos mais belos duelos do dia contra o arqui-rival Karel Loprais. Durante 150 km, os dois veículos disputaram cada metro nas areias do deserto pela segunda posição na classificação geral.

“Em alguns momentos andávamos na frente; em outros, eles nos passavam”, contou André. No final, quem levou a melhor foi Loprais, seis vezes campeão da maior e mais difícil prova off-road do mundo. A diferença foi de apenas 12 segundos. André ficou em terceiro na etapa do dia, mas manteve a segunda posição na classificação geral acumulada, atrás do russo Vladimir Tchaguine (Kamaz).

Este texto foi escrito por: Webventure