Foto: Pixabay

Espera e doação, a rotina de uma equipe de apoio na corrida de aventura

Redação Webventure/ Corrida de aventura

Espera por equipe chegava a 15 horas (foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br)
Espera por equipe chegava a 15 horas (foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br)

Uma equipe de corrida de aventura, na maioria dos casos, é formada por quatro atletas, porém em provas em que a organização não cede apoio às equipes, os times aumentam fora das trilhas com os integrantes da equipe de apoio. No Mundial de Corrida de Aventura 2008, o Ecomotion/ Pro, os atletas contaram com a ajuda de equipes com duas, três e até quatro pessoas.

A FAAP Aventura, equipe formada por Hadi Akkouh, Marcelo Moreira, Pedro Vianna e Úrsula Pereira, deu “trabalho” à sua equipe de apoio formada por Felipe Chaya, Camila Golubeff e Bruno Antonelli. Isso porque além de preparar as bikes e equipamentos para cada etapa da corrida de aventura, eles tinham que esperar pelos atletas por horas a fio, chegando a ficar com tudo pronto no aguardo do quarteto por mais de 15 horas.

“A pior parte do apoio é carregar e descarregar o carro, além de lavar a roupa suja deles durante a prova e conseguir esse lugar para lavar”, contou Camila Golubeff enquanto esperava a equipe na chegada da prova, em Jericoacoara (CE). Além dessas tarefas, Camila sempre conseguia uma casa de algum morador para Úrsula tomar banho em cada parada e se deparava com dificuldades como a falta de água nas cidades após um certo horário da tarde. “Nessas cidades eles armazenam a água para o restante do dia e muitas vezes cediam essa água, e também ofereciam o serviço deles para lavar a louça e as roupas”, disse ela sobre as cidades cearenses, maranhenses e piauienses por onde passaram.

Camila era a responsável pela “cozinha” dos atletas. Eles levaram um fogareiro e lá ela preparava as refeições. “Fazia muito purê de batata e macarrão para eles levarem em porções individuais e comerem no percurso, e na área de transição eles comiam arroz, feijão, ovo, carne de soja para a Úrsula, que é vegetariana. Como eu gosto de cozinhar foi tranqüilo para mim. Quando tive mais tempo fiz até risoto de frango e brigadeiro e salada de fruta com mel de sobremesa”, relembra.

“Primeiro os quatro comiam e depois nós comíamos. Eles eram a prioridade”, completou Bruno. “O mais desgastante para mim era a espera. Nós montávamos a área muitas vezes por volta das 10 horas esperando que eles chegassem ao meio dia e a equipe aparecia só duas da manhã. Era muita ansiedade”, falou Antonelli.

Segurança – Camila explica que na maioria das cidades eles não tinham muita segurança e eles eram os próprios “guardas”. “Nunca nós três podíamos dormir. Um sempre ficava acordado cuidando de tudo e mesmo assim tivemos dois furtos, sendo um da luz estroboscópica da bike. Fomos assaltados até por porcos que roubaram nossa comida!”, disse aos risos.

E tanto trabalho é fruto apenas de uma doação de pessoas que querem ajudar os atletas a alcançarem seus objetivos e participarem do principal evento mundial de corrida de aventura, mas haverá uma próxima vez na equipe de apoio?

“Essa foi a minha segunda vez no apoio, só que na primeira estava numa equipe de ponta, que era mais dinâmico. Fazer apoio é se doar, mas eu prefiro correr (risos)! Mas como eu amo corrida de aventura, só de estar dentro já vale”, finalizou Camila.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi

Last modified: novembro 16, 2008

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure