Direto da Europa, Paulo de Tarso conta como ele e outros quatro bikers estão chegando ao fim da pedalada pelo Caminho Português a Santiago de Compostela.
Calda de Reis (ESP) – Acordamos cedo para assistir o jogo do Brasil, mas ficamos frustados pois, acredite se quiser, o jogo transmitido foi Turquia x China. Nosso objetivo de hoje foi chegar à cidade de Caldas de Reis.
Saindo de Redondela, as setas amarelas nos levaram até as ruínas de uma das casas que dão apoio à rota. Seguimos por um caminho lindo, maravilhoso, sempre alternando trilha, estradinhas de terra e estradinhas asfaltadas bem estreitas (comuns por aqui).
Em uma dessas trilhas avistamos em nosso lado esquerdo uma das paisagens mais belas de todo caminho, a vista do rio Sampaio. Depois de muito sobe e desce, chegamos à histórica cidade de Pontesampaio.
A velha ponte – Atravessando a bélissima ponte medieval, o caminho segue subindo pela estreita empedrada ruazinha que aparece à esquerda, abandonando o núcleo urbano. Subimos muito! Cruzando a estrada do cemitério, logo apareceu à nossa frente a velha “pontella” de A Ponte Nova. Ela conduz à via Vella da Canicouba, antiqüíssímo caminho empedrado.
No final da trilha, encontramos um grupo de quatro caminhantes de Tenerife, nas Ilhas Canárias. Paramos em Pontevedra, praticamente à metade do caminho desta etapa, para almoçar. Estamos passando muito bem no que se refere a comida. Procuramos sempre comer os pratos típicos da região – e como são bons!
Em Pontevedra, percorremos o centro antigo da cidade onde existe um interessante núcleo histórico, com destaque para a Capela de Nossa Senhora Peregrina. Seguindo nossa pedalada, saímos da cidade por um caminho de asfalto bem tranqüilo até ele se embrenhar na mata, transformando-se em uma grande robada.
Mata forrada de espinhos – De início, um single-track (trilha) maravilhoso! De repente, foram aparecendo pedras e uma pequena corredeira na trilha e muita lama. O pior é que não dava para pedalar. Além disso, era subida.
Empurramos as bikes cerca de meia hora no meio dessa mata fechada forrada de espinhos. Estamos todos arranahdos. Em compensação, saímos em uma estradinha asfaltada no meio da mata maravilhosa, coisa de outro mundo, só estando aqui para ver! E muita descida também.
Chegamos cedo dessa vez, às 17 horas, mas o cansaço atinge praticamente todos do grupo. Esse Caminho Português é muito mais bonito que o Francês, só que tem cada subida! Estamos a 45 km de Santiago de Compostela, amanhã terminaremos mais essa peregrinaçao sobre duas rodas.
Este texto foi escrito por: Paulo de Tarso