Hamilton Camilo (dir.) da ADSHEL; equipe conseguir garantir participação só na sexta anterior a largada. (foto: André Pascowitch)
Mangaratiba/ RJ – Eles mal tiveram tempo para montar uma equipe competitiva, muitos menos, para treinar. Arranjaram parte dos equipamentos com amigos, às pressas, ou com a ajuda dos patrocinadores. Suas histórias são diferentes porém o objetivo é comum: completar a corrida. Competição é para as de ponta, não é para nós. Não queremos ganhar nada só terminar a competição, resumiu Hamilton Camilo, da ADSHEL.
São oito as equipes estreantes na Rio Eco 2000, mais da metade do total (CAPA, da Pousada Aventuras Paraíso Açu; Alpina, de Teresópolis; Renault, de Curitiba; Impreial Inc., Allons Enfants, Energia Light e Sportv, do Rio de Janeiro e ADSHEL, de Volta Redonda). Mesmo sem a experiência necessária para vencer este tipo de prova, todos os integrantes são praticantes de esportes de aventura e possuem muita vontade e coragem.
A paranaense Renault (BR/06), de Curitiba/ PR, é um exemplo. Formada pelos amigos Patrice Andrade, Priscila Greiner, Fábio Vermeulenc, Priscila Ferone e Renato Kersten, por muito pouco, a representante do sul quase deixou de participar da corrida. Segundo Renato, Foi uma surpresa. Na verdade, a equipe que a Renault tinha montado (de funcionários) desistiu na última hora porque acharam não ter preparo físico. Então a Renault entrou em contato conosco e perguntou se não havia a possibilidade de participarmos.
Renato frisa que a convivência durante os cinco dias de prova serve para unir ainda mais nossa amizade e que é exaustivo mas recompensador. É uma experiência de cinco dias e tudo vale. A pretensão dos curitibanos vai além da participação já que, com cumprimento de todo o percurso, irão divulgar o esporte nosso estado e por todo sul do país., finalizou.
A ADSHEL, formada por Sérgio Luiz de Oliveira, Hamilton Camilo, Carlos Lincoln e Ivete Amaral, é de caso parecido. Na sexta feira antes do início da competição, eles receberam uma ligação de uma firma de marketing, cujo o nome é o da equipe, oferecendo patrocínio. Porém, não tinham, sequer, preparado os equipamentos obrigatórios para técnicas verticais, mountain bike, trekking, nado e caiaque. Foi uma correria. Nós ficamos sabendo da corrida um mês antes e estávamos quase desistindo da corrida. Aí o pessoal da ADSHEL entrou em contato com a gente e viemos, contou Hamilton.
Segundo ele, ainda faltam alguns equipamentos pendentes (no caso, o uso do stop para o último rapel no Corcovado do Rio de Janeiro) e a equipe está formada sem treino. Vamos ver no que vai dar. É a primeira que estamos participando e não será a última.
A Energia Light (Ronaldo David, Gustavo Kapsen, Revia Diógenes, Augusto Moreira e Marco Antônio), da capital fluminense, foi outra que confirmou presença dias antes. Tivemos o convite da organização e montamos a equipe em cima do hora, na sexta feira. Pegamos equipamento com amigos. Foi muita dor de cabeça. Quatro dias sem dormir por causa disso. Muito estresse, revelou Marco Antônio.
Como aventureiros de primeira viagem, Marco disse que o que me deixou mais satisfeito foi o companheirismo. Só eu reboquei três equipes nos cavalos. Esse é o grande fator da minha equipe.
Já a Alpina, de Teresópolis, passou por um aperto maior. Horas antes do encerramento da verificação de equipamentos e testes de habilidades, a equipe ainda não tinha um mulher para formar a equipe. Marcos Silveira, Sérgio Cunha e Marcos Foster chamaram Simone Pereira e, enfim, obtiveram o direito de competir. O patrocínio, do Hotel Alpina, e alguns equipamentos essenciais, como as bikes, também foram adquiridos no mesmo pacote.
Ao final dos 400 km de desafios pelo estado do Rio de Janeiro, estas equipes podem não estar entre as primeiras colocadas. Apesar disso, a aventura ficará para sempre marcada na vidas desses atletas. E a recompensa é conseguirem chegar completas ao Rio de Janeiro. E nós vamos completar, garantiu Marco.
Este texto foi escrito por: André Pascowitch
Last modified: novembro 24, 2000