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Estreantes são os reais aventureiros do Sertões

O Rally Internacional dos Sertões não se restringe somente aos competidores de ponta, aqueles que desfrutam de uma estrutura profissional e vieram para vencer. No total de 264 pilotos e navegadores, 75 são estreantes, determinados a completar os 5.000 quilômetros de trilhas.

Os mineiros Ricardo Candido e Odilon Gontijo Jr., piloto e navegador da Pajero 149, são o exemplo entre os carros. Eles dizem estar impressionados com as dificuldades do rali. “Temos que pensar em tudo. No planejamento do carro e das etapas. É diversão levada à sério”, comenta Odilon. Experiente em enduros de moto, a idéia de participar Rally dos Sertões surgiu exatamente do abandono de Ricardo nas duas rodas. “ Na verdade, eu estou me aposentando nas motocicletas porque estava ficando muito pesado. Eu queria comprar muito uma Pajero. Eu ia preparar para raid´s, mas aí chamei um amigo e começamos a preparar o carro para o Sertões, com o mínimo necessário de segurança, todo caretão”, contou.

Mesmo com a premiação para os novatos, Ricardo reivindica uma categoria própria. “Não é injustiça, mas seria ideal que nós estivéssemos na categoria onde estivessem pilotos com pouca experiência, porque em alguns casos a gente atrapalha os que já estão na ponta”.

Pepreparação – Existem pilotos que possuem uma pequena estrutura, com um ou dois mecânicos, para realizar a manutenção dos veículos. Outros contam com um suporte de apoio contratado. É o caso da dupla Luiz Alexandre Garcia e José Maurício de Araújo (Pajero / 121). Eles, em conjunto com mais seis carros, contrataram uma empresa especializada neste tipo de serviço. Luiz não é estreante no rali, mas se considera como se fosse um. “Sou um amador”, brincou.

Força feminina – A estreante nas motos Andrea Moraes Costa (16) que corre na Marathon, está entre os pilotos que não possuem equipes de apoio. Entretanto, ela recebe, informalmente, o auxílio da BikeBox para revisão de necessidades básicas da moto no final de cada etapa. Além disso, “todos os pilotos me ajudam quando preciso. Está sendo muito legal”, rebate. Andrea aprendeu a pilotar aos 12 anos. “Desde pequena sempre gostei. Meu pai andava e sempre que ele ia sair, eu queria dar uma volta. Há três anos, ele trocou de moto e eu peguei a velha para andar”, completou. Para ela a solidão não é nenhum problema durante a prova. “É preciso muita coragem, não é fácil, mas não ligo”.

Os pilotos estreantes ainda não sabem se voltarão para o próximo ano nas mesmas ou em melhores condições, mas aprenderam a verdadeira aventura do rali na marra. “Com certeza vou querer voltar ano que vem. Se tudo der certo, com um esquema bem melhor”, finalizou Andrea.

Este texto foi escrito por: Andre Pascowitch