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Estreito de Bass, um lugar para não ir

Redação Webventure/ Vela

ABN Amro 1 nas ondas da terceira perna (foto: Divulgação/ VOR)
ABN Amro 1 nas ondas da terceira perna (foto: Divulgação/ VOR)

Em inglês o termo de “Drag race” fora do contexto automobilístico e inserido no iatismo, significa: uma regata onde a velocidade é o que conta, tática e avaliação de riscos não estão tão em alta como nas outras pernas. Os barcos e tripulações da Volvo Ocean Race estão sendo levados ao limite pois os pontos parecem ser os mais valiosos.

Por que os mais valiosos? Fácil, basta lembrar que essa perna de apenas 4 dias terá o mesmo peso em pontos que a próxima, com 20 dias (VINTE DIAS!) e passagem pelo Cabo Horn. Fica evidente que qualquer esforço feito nas próximas horas será muito recompensador, pois poderá mudar e muito a tabela de classificação.

Mas é assim tão fácil mesmo?

É fato que a viagem da Austrália para Nova Zelândia é curta, os barcos estão dando tudo sem poupar o material, mas isso não quer dizer que a vida dos nossos heróis está sendo fácil, afinal, passar pelo Estreito de Bass não é para qualquer um. O mar é horrível, ventos fortes e aparições alienígenas como o do caso Frederick Valentich, que em 21 de outubro de 1978 desapareceu dos radares após ter comunicado a base aérea Australiana que estava sendo seguido por um “OVNI”… Enfim, está sendo rápida a perna, mas pode ter certeza que não será a mais fácil.

Disputa – Logo após a largada no sábado, o Movistar começou a travar uma batalha particular com o ABN AMRO ONE, o barco espanhol está pronto para dar o bote e tentar tirar a invencibilidade dos profissionais do time ABN. Os demais vêem no mesmo ritmo, embolados disputando o outro lugar no pódio. Até agora não entendi a tática do Brasil 1 que insiste em ficar mais ao norte que os seus concorrentes, isso ainda não rendeu juros, não sei qual é a aposta do navegador do barco azul, mas essa tática pouco ortodoxa não tem se mostrado boa, eles estão perdendo terreno e se as coisas não mudarem, talvez eles acabem com a “lanterna” na mão, torço que não.

Falando em “lanterna”, os jovens do ABN AMRO TWO ficaram para trás nos primeiros “reports” de posição devido a uma serie de problemas abordo, dentre eles: pane elétrica e um rasgo na vela grande o que os obrigou a andar rizado e com uma vela de proa maior, uma combinação não muito veloz para esses tipos de barco; agora com tudo resolvido eles estão voando e já ocupam a 4ª posição.

A flotilha busca ventos mais fortes ao sul, dentro de poucas horas os barcos estarão sobre o efeito de uma frente fria o que promete acelerar ainda mais essa “corrida de arrancada”. Vamos acompanhar de perto pelo Virtual Spectator, e que Frederick Valentich ajude a todos!

Até lá.
Andre

Este texto foi escrito por: André Mirsky, do Team ABN Amro

Last modified: fevereiro 14, 2006

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