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Estudiosos alertam para descontrole no uso de áreas naturais para turismo


Ambientes naturais merecem mais atenção e conhecimento (foto: Divulgação)

Para alguns estudiosos, o mapeamento de riscos em área naturais e os planos de contingências ainda são pouco conhecidos pelos ecoturistas. Esta foi a conclusão da palestra Atividades Ecoturísticas Riscos, Responsabilidades e Providências, realizada pelo Senac São Paulo, no fim de novembro, e que reuniu alguns estudiosos e interessados no desenvolvimento do ecoturismo.

A palestra foi ministrada por Sérgio Salazar Salvatti, biólogo e coordenador do projeto de Ecoturismo na Mata Atlântica, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e João Allievi, presidente do Instituto de Ecoturismo do Brasil e professor dos cursos de pós-graduação em Ecoturismo do Centro Universitário Senac.

Foi apresentado um número do Ministério do Turismo que aponta a falha humana como a principal causa de acidentes na prática do ecoturismo. “Cerca de 65% dos acidentes ocorrem com jovens entre 20 e 30 anos”, disse Allievi. “No entanto, não há números exatos de acidentes, pois não há interesse dos que promovem o ecoturismo em registrá-los”, completa.

Aspectos positivos – Para João Allievi, entre os aspectos positivos da expansão do ecoturismo no país estão o interesse crescente da população pelas áreas naturais e a formação de um novo nicho de serviços e produtos. Existe também a pressão dos ecoturistas por providências e melhores condições nas unidades de conservação ambiental.

Allievi disse ainda que como o Governo tem mais conhecimento atualmente deste segmento de turismo, hoje já existem mais planos de uso das áreas ambientais. Ou mesmo proprietários particulares que buscam planejar o turismo, gerar receitas e incentivar o turismo sustentável.

O coordenador do projeto de Ecoturismo na Mata Atlântica, Sérgio Salazar Salvatti, falou sobre a falta de infra-estrutura e informações para o visitante das áreas naturais privadas e públicas.

Para Salvatti, os desafios do turismo formam o tripé: sustentabilidade, qualidade e segurança. “O mercado deve atender às aptidões e vulnerabilidades dos ambientes naturais e as expectativas das comunidades anfitriãs. Mapear os riscos inerentes e elaborar medidas preventivas e corretivas para a segurança dos visitantes é muito importante”.

O biólogo explicou aos presentes que as normas desenvolvidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) já estão em vigor no país focando as competências mínimas consideradas essenciais e necessárias aos profissionais da área. Porém, os procedimentos padrões e a adoção dessas normas ainda não é grande.

Este texto foi escrito por: Webventure