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Etapa “infernal” teve morte de assistente

Redação Webventure/ Offroad

Tidjikja (Mauritânia) Os pilotos brasileiros André Azevedo, Klever Kolberg, Juca Bala e Luiz Mingione, da Equipe BR Lubrax, Armando Pires, da Drakkar Normandia, e Luiz Azevedo, da CDI Competições, superaram a “etapa do inferno” do Rally Paris-Dakar, disputada ontem (08/01), entre Atar e Tidjikja, na Mauritânia.

O trecho teve 467 quilômetros e foi considerado o mais difícil da competição. Devido às dificuldades, muitos concorrentes tiveram de completar a prova à noite; dezenas deles ficaram pelo caminho.

“Não havia nenhum trecho fácil hoje (ontem). Os 59 km da última segunda-feira foram reaproveitados e a areia, que era fofa, ficou mais fofa ainda”, contou Kolberg. “Hoje o dia foi um inferno. Literalmente um inferno, com muitas ondulações e pedras”. Mais uma vez o brasileiro não teve sorte com o sistema que enche e esvazia os pneus, com acionamento de dentro do carro. “Um defeito está fazendo com que o pneu saia da roda. Em todo o rali já parei sete vezes por causa desse problema”.

Luiz Mingione, com uma Honda Tornado Rally 250, levou 12 horas para completar a prova. “Cheguei a andar 60 quilômetros à noite. Não foi fácil, mas consegui chegar”, conta. Ele está participando pela primeira vez do Dakar. Juca Bala, outro piloto da Equipe BR Lubrax, também sentiu a dureza da etapa. “As mãos chegavam a formigar”, contou. Tanto ele quanto Luiz caíram na etapa de hoje, mas não tiveram ferimentos.

O piloto André Azevedo, com um caminhão Tatra, foi o vice-campeão da especial. “Ainda no deslocamento furou um pneu do caminhão e, por causa do incidente, largamos com 1min30 de atraso. Saí entre o Karel Loprais e o Vladimir Tchaguine (como campeão da etapa anterior, André largaria na frente, nossos principais concorrentes.

O trecho foi um verdadeiro Dakar, não só pela distância como também pelo terreno ruim”, afirma Azevedo. “A velocidade média era baixa e o terreno cheio de ondulações”. Para percorrer os 467 cronometrados André levou 8h45min23, contra 8h44min54 de Vladimir Tchaguine, o vencedor no dia.

Acidente – O francês Daniel Vergnes, motorista de um carro de assistência da equipe Toyota Trophy do Rally Paris-Dakar, morreu ontem no trecho de deslocamento entre Atar, última parada da caravana do rali, e Tidjikja, na Mauritânia. Os outros três ocupantes do carro, Sheona Dorson-King, Christophe Van Rief e Benoit Agoyer tiveram ferimentos.

Até às 19h30 (horário de Brasília) a informação estava embargada. A organização pediu aos jornalistas que acompanham a prova que não divulgassem a notícia até que a família de Vergnes fosse avisada. Como o acidente aconteceu longe do acampamento montado em Tidjikja, não há informações precisas. O único dado é que o carro saiu da estrada.

O anúncio do acidente foi feito pelo diretor geral do Dakar, Hubert Auriol. Na tenda onde funciona uma espécie de “sala de imprensa”, ele reuniu os jornalistas para ler um comunicado, mas não conseguiu e começou a chorar. Um tradutor que o auxiliava finalizou a informação.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: janeiro 9, 2002

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