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Etapa Santa Rita terá canionismo inédito

Redação Webventure/ Corrida de aventura

Zolino (esq.) e Júlio Pieroni (dir.) na Etapa Carlos Botelho; é a primeira vez que haverá canionismo em corrida de aventura. (foto: André Pascowitch)
Zolino (esq.) e Júlio Pieroni (dir.) na Etapa Carlos Botelho; é a primeira vez que haverá canionismo em corrida de aventura. (foto: André Pascowitch)

A terceira etapa do Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura será realizada nos dias 19 e 20 de maio, nas proximidades de Santa Rita do Passa Quatro, a 250 km de São Paulo, com cobertura do Webventure.

Misturando trekking, mountain bike, canoagem (canoa canadense), ride’n run (um a cavalo e dois correndo), orientação e técnicas verticais (rapel e canionismo), a prova terá 150 km de extensão. “São os cerrados de Santa Rita, eu chamaria assim. É uma região bonita e desconhecida. Tanto a cidade quanto a região é de uma beleza que lembra muito Brotas. Nunca aconteceu uma corrida de aventura lá”, explicou Sérgio Zolino, diretor da etapa.

Nesta prova, as equipes, formadas de três integrantes, terão de volta a companhia dos apoios. Ao todo haverá seis AT’s (Áreas de Transição), troca de modalidades, e três cortes, determinados por um horário limite de chegada no PC (Posto de Controle) escolhido, com rebaixamento da categoria principal, Expedição, paras as secundárias – Aventura e Alternativa. “É uma prova com um formato para todo mundo terminar, com 24 a 30 horas de duração”, completou.

Surpresas – Zolino ainda adiantou que haverá um canionismo inédito para os atletas. “Será na verdade só para a categoria Expedição. Não é usado comercialmente e foi aberto especialmente para prova. Terá duas quedas, uma de 12 e outra de 30 m, além da caminhada pelo rio de quase um quilômetro”. Já o rapel terá 50 m e estará ancorado em um pontilhão de trem.

Outro ponto importante colocado por ele é a variação de altitude e, conseqüentemente, de temperatura. “Será quente de dia e frio a noite. Aliás, é a noite que as equipes estarão a 1.000 m acima do nível do mar. Elas devem estar preparadas e levar roupas para o frio”.

Segurança garantida – Para a segurança da equipes, a organização irá distribuir aparelhos de GPS (Global System Position) que deverão ser acionados somente em caso de emergência. Além disso, cada equipe também estará levando um celular, lacrado depois da checagem de equipamentos.

Nelson Barretta, experiente montanhista e um dos responsáveis pelas técnicas verticais, afirmou que a segurança da prova está garantida. “É impossível você anular riscos em corridas de aventura bem como nos esportes de aventura. Mas a organização acredita que planejamento e tempo hábil para preparação da prova é a base de tudo. Tem muita comunicação entre PC’s e há toda a estrutura básica de serviço de resgate e médicos”.

Uma corrida de aventura é um rali humano. Uma prova de velocidade, muitas são non-stop, em que equipes, com três ou quatro integrantes, devem utilizar habilidades físicas para cumprir etapas de trekking, mountain bike, técnicas verticais (rapel, ascensão e tirolesa), cavalgada, nado, caiaque, canoagem, vela e rafting, além de terem conhecimentos em orientação.

É uma mistura de expedição e competição. Aos olhos dos competidores, é um teste de resistência física e psicológica. Aos olhos dos espectadores, é pura loucura.

O conceito foi criado pelo jornalista francês e amante da natureza, Gerárd Fusil. Em 1989, na Nova Zelândia, ele montou a precursora Raid Gauloises, dando início a um universo que hoje sustenta atletas profissionais e organizadores.

Já existe um Circuito Mundial de Corridas de Aventuras (AR World Series), formado por sete provas, todas classificatórias para Discovery Channel World Championship Adventure Race. Mas, na atualidade, a maior corrida do mundo é o Eco-Chellenge, do expedicionário Mark Burnett. A quinta edição (2000) aconteceu em Bornéo, na Indonésia.

Em razão do quinto centenário de descobrimento, o Brasil já foi sede de um corrida internacional. Em abril de 2000, Elf-Authentique Aventure, idealizada por Gerárd, cruzou os estados do Maranhão, Piauí e Ceará, em mais de 850 km de percurso. A prova passou por lugares exuberantes, como os Lençóis Maranhenses.

No rastro – O Brasil teve sua primeira corrida de aventura em 1998 com a Expedição Mata Atlântica, hoje pertence ao circuito mundial como a única etapa sul-americana. Nos últimos dois anos, quando fora formado o Circuito Brasileiro de Corridas de Aventura, houve um boom neste tipo de competição. Cada vez mais, adeptos competem em provas espalhadas por todo o país.

A EMA Expedição Mata Atlântica continua sendo a mais importante, com um percurso em torno de 450 km. Porém, há outras no rastro, como o PETAR (2000 e 2001), Raid Brotas Extreme, Litoral 2000, Reebok Ecomotion Circuit (Serra da Bocaina, Paraty e Itatiaia), Rio Eco 2000, que contou com a participação de equipes estrangeiras, Desafio Costa do Sol (Paraíba), entre outras.

Este texto foi escrito por: André Pascowitch

Last modified: maio 9, 2001

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