Grupo de partida para o campo base avançado (foto: Arquivo pessoal)
Neste relato de montanha, direto do Everest, o montanhista e colunista do Webventure Vitor Negrete conta como será a estratégia de escalada ao cume da montanha mais alta do mundo.
Direto de Tingri, no Tibete – Nossa expedição foi montada inicialmente para o Rodrigo e para mim. Três dias úteis antes da nossa partida, o Repórter Clayton Conservani da Rede Globo confirmou a sua entrada no grupo e com ele entrou o Guilherme Setani, o Totó, como apoio para o Clayton e para a expedição.
A maioria dos equipamentos já havia sido comprada e não sei como conseguimos viabilizar a participação do Clayton e do Totó em tão pouco tempo. Mas com esta duplicação da equipe tivemos que montar uma outra estrutura paralela com alpinistas sherpas, oxigênio, equipamentos, roupas e toda uma estrutura para transporte e funcionamento dos equipamentos de vídeo e de envio de imagem via satélite, que incluíram um gerador no acampamento base avançado.
Estamos dividindo a estrutura do acampamento base (BC) e da acampamento base avançado (ABC) com outros alpinistas. Nosso grupo é formado por Johann Goger (Hans), da Áustria; Kenneth John Hill (Ken), dos EUA; Gheorge Dijmarescu, um romeno que mora nos EUA e sua esposa nepalesa Lhakpa Sherpa; Clayton Conservani, Guilherme Setani (Toto), Rodrigo Raineri, eu; e mais seis sherpas nepaleses com diferentes funções.
O grupo dos seis sherpas é responsável por montar os acampamento BC e ABC. Acima do ABC cada grupo funciona de maneira independente, ou seja, cada um tem a sua comida, barracas, equipamentos e estratégia.
O nosso grupo de brasileiros contratou dois climbing sherpas (Man Bahadur Tamang e seu irmão mais novo, Lilá Bahadur Tamang) que vão ajudar a montar os acampamentos 1, 2 e 3. Um destes climbing sherpas (Man Bahadur Tamang) deve acompanhar o repórter Clayton Conservani até o cume do Everest.
Eu e o Rodrigo vamos sozinhos e sem oxigênio suplementar. No dia do ataque ao cume que será lançado do acampamento 3, Vitor e Rodrigo devem sair algumas horas antes que Clayton e o climbing sherpa.
Os nossos 2 climbing sherpas devem montar e abastecer os acampamentos C1 (7.100m) e C2 (7.800m) e C3 (8.350m) e também devem levar as oito garrafas de oxigênio ate o acampamento 3 (C3).
No começo da temporada, uma equipe de sherpas liderada pelo alpinista Russel Brice montou ancoragens e fixou cordas nos pontos mais difíceis da rota de escalada. Cada alpinista deveria pagar uma taxa fixa por este trabalho.
A dupla Clayton-Tamang vai encordada, um ao outro, com uma corda de 60m de comprimento e 8,1mm de espessura; e a dupla Vitor-Rodrigo vai escalar em simul-solo, ou seja, juntos mas sem corda.
Este texto foi escrito por: Vitor Negrete, da Try On Expedition 2 no Everest
Last modified: abril 27, 2005