Foto: Pixabay

Exclusivo: Manoel Morgado conta sensação de estar no cume do Everest

Redação Webventure/ Montanhismo

Morgado aproveitou os 15 minutos que teve (foto: Arquivo Pessoal/ Manoel Morgado)
Morgado aproveitou os 15 minutos que teve (foto: Arquivo Pessoal/ Manoel Morgado)

Foram poucos minutos, cerca de 15 deles contemplando a vista do topo do mundo. Assim Manoel Morgado tentou descrever como foi a sensação de escalar o cume do Everest, a montanha mais alta do mundo e ser o oitavo brasileiro a atingir tal feito. Por conta das mudança climática, a descida teve que ser breve.

Manoel contou que, em muitas expedições, montanhistas não têm condições de saúde para realizar o ataque ao cume, ou até mesmo se manter nos acampamentos, mas com ele foi diferente. “Tudo correu bem, me mantive saudável durante a expedição, o que é raro. Muitos tiveram tosse e uma tosse mais forte lá em cima pode chegar a quebrar costelas. Mas foi tranqüilo de saúde”, explicou.

Morgado levou cerca de onze horas último acampamento até o cume da montanha, mas garante que acompanhar o amanhecer quase no pico do mundo é uma sensação indescritível. “O nascer do sol lá em cima é 4h30 da manhã. Saímos às 21h do Campo 4 e começamos a escalada. E foi exatamente nesse horário do amanhecer que estávamos subindo, é incrível. Tem uma das fotos mostrando a sombra do Everest lá embaixo. Quando cheguei, minha equipe já estava pronta para descer e me acelerando por conta dos ventos fortes. E realmente estava ventando mais forte. Tirei as fotos, fiz uma prece de agradecimento aos deuses por ter chegado bem e descido. Por seis horas ver aquela paisagem é incrível. Peguei algumas pedrinhas lá do cume e só”, brincou o montanhista.

Sensações – Manoel viveu muitos momentos de sua vida próxima ao Everest, sempre realizando trekkings, mas garante que ver o mesmo percurso realizado por inúmeras vezes, o deixou emocionado. “Apesar de ter ficado 15 minutos no cume, das 4h30 da manhã até às 8h, horário que cheguei lá em cima, e depois na próxima hora descendo, eu estava curtindo essa paisagem incrível e para mim, particularmente, emocionante. Depois de 20 anos vivendo naquela região e caminhando tanto, estar lá em cima e ver tudo isso. Ao longe era possível ver o telhado do monastério de Temboche, dourado, refletindo”.

Por cinquenta dias, Morgado disse que não tinha tanta certeza que conseguiria realizar um de seus sonhos, mas isso mudou em um pequeno trecho. “Logo que nasceu o sol, comecei a pensar no que estava vivendo; pois em uma parte da escalada que você percebe que vai chegar. Por 50 dias, você não sabe e, de repente, acontece. Fiquei emocionado, comecei a chorar. Aí congelou tudo, os equipamentos começaram a falhar, aí parei, pois não ia dar certo”, brincou. Logo se recuperou e retomou a sua escalada rumo ao topo.

Este texto foi escrito por: Bruna Didario

Last modified: junho 14, 2010

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure