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Exemplos de superação também estão no 12 horas

Redação Webventure/ Biking

João Carlos Legaspe, 39 anos. Juliano Florence de Oliveira, 29. Profissão: comerciantes e bikers. Os dois paulistas, o primeiro de Campinas e o outro de São José dos Campos, vão disputar a prova de mountain bike mais longa da América Latina, o MTB 12 Horas, e se destacam em relação aos outros 500 atletas inscritos para a competição pela perseverança e força de vontade. Eles são deficientes físicos e formaram uma equipe para o 12 Horas, que terá a largada à meia-noite de hoje, em trilhas ao redor do Shopping SerrAzul, no quilômetro 72 de Rodovia dos Bandeirantes, próximo a Campinas (SP). A corrida terminará ao meio-dia de amanhã.

João Carlos teve a parte inferior da perna esquerda amputada em 1990 após sofrer acidente de moto durante férias em Ubatuba, litoral paulista. “A motocicleta derrapou e bati de frente com um carro que vinha no sentido contrário”. João ficou seis dias em coma com várias fraturas pelo corpo. “Quando minha consciência voltou, logo pensei: preciso me recuperar dessa”, relembra.

O biker, que tem uma distribuidora de malhas em Campinas, casado, pai de dois filhos, logo voltou a andar sobre duas rodas. “Dois meses após o acidente eu já estava pedalando . E oito anos depois já competia novamente de mountain bike”, conta João Carlos, que começou a praticar o esporte em 1986.

Questionado onde havia encontrado forças para voltar à vida normal após a tragédia, João Carlos foi enfático. “Quando a gente passa por situações como essa, só há duas opções: viver lamentando o ocorrido para o resto da vida ou esquecer tudo e seguir em frente. Escolhi a segunda alternativa”, ensina João Carlos. Hoje ele usa uma prótese de fibra de carbono e leva uma vida normal, participando de competições de bicicleta e fazendo outros esportes de aventura. “Recentemente escalei o Pico das Agulhas Negras, em
Itatiaia, com mais de 2.700 metros de altitude, e fiz o Caminho de Santiago de Compostela de bicicleta, na França e Espanha, com cerca de 800 quilômetros”.

Limites diferentes – Juliano Florence, como João Carlos, também deu a volta por cima. Durante treinamento para o Campeonato Brasileiro de Downhill (descida de montanha) em Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro, ele bateu forte de frente contra uma parede de pedra. “Eu queria melhorar o meu tempo na cronometragem e não
brequei em um dos trechos. Dei um salto muito grande e me acidentei.
Quebrei o fêmur em vários lugares. O osso ficou em pedaços”, conta.

Na recuperação, Juliano precisou usar uma armação metálica, presa ao fêmur, na parte externa da perna. Ele ficou 18 meses usando o aparelho, que não o impediu de continuar curtindo a natureza de bicicleta. “Fiz um passeio em Ilhabela (SP) de 44 quilômetros com aquela ‘gaiola’ presa ao meu corpo”. O acidente fez com que Juliano perdesse os movimentos da perna esquerda, que não dobra. “Pedalo com uma perna só, o que exige muita força na direita. A perna acidentada vai pendurada ao lado da bicicleta, esticada”, explica Juliano.

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Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: novembro 24, 2001

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