A histórica cidade de Morretes (foto: Alexandre Vianna)
Os aventureiros Alexandre Viana e Patrícia Candelária contam ao Webventure, em duas partes, suas aventuras pelos Parques Nacionais do sul do Brasil. Confira abaixo o começo de sua vaigem.
O objetivo inicial de nossa viagem era conhecer os Parques Nacionais da região Sul do Brasil, indo pelo litoral até o Chuí e voltar pelo interior, através das cidades das Missões e Foz do Iguaçu.
Como em nossas viagens costumamos passar por lugares muito distantes e pouco visitados, tivemos a idéia de pedir para nossos parentes e amigos, roupas, brinquedos e calçados usados para dar às pessoas carentes que encontrássemos pelo caminho.
Nossa primeira surpresa foi com a grande colaboração que tivemos, superando todas expectativas. Caixas e caixas de tênis Bamba zerados! Camisetas da Disney e bichos de pelúcia novíssimos e lavados com todo carinho para as crianças. Foram tantas as doações que decolamos com a caçamba da Ranger transbordando!
A segunda surpresa, imensamente gratificante, que nos fez achar pouco todo esforço que tivemos em arrecadar, separar e embrulhar todos os presentes, foi a cara de felicidade e contentamento das pessoas e, principalmente, das crianças ao receberem os presentes. Foram minutos mágicos em lugares esquecidos, inexistentes, habitados por brasileiros muito simples, que nunca mais sairão de nossa memória!
Tudo começou…
…com o Ano Novo na Ilha do Mel! De lá voltamos para a graciosa e histórica Morretes (famosa pela comida típica, o “Barreado”), passamos por Antonina e chegamos em Guaraqueçaba, portão de entrada para o Parque Nacional de Superagui, após percorrer 80 km de estrada de terra!
Em Guaraqueçaba, conhecemos o barqueiro Augusto, que nos levou em sua voadeira pelos canais alagados da região de Lagamar. Fomos até as vilas de Tibicanga, Laranjeiras e Fátima, onde distribuímos os presentes para os simpáticos moradores das ilhas. Conhecemos Superagui, caminhamos por uma enorme bancada de areia que surge no meio do oceano e chegamos até a Ilha do Cardoso, já no estado de São Paulo!
No dia seguinte conhecemos a reserva Ecológica de Salto Morato, de propriedade do Boticário. No caminho conhecemos Juliano e seus amigos que ganharam alguns de nossos presentes. Pudemos chegar bem perto da cachoeira de Salto Morato, com seus 80 m de altura e sentir o forte vento soprar devido ao deslocamento de ar causado pela queda d’água! Natureza pura!
Seguindo para o sul
Pegamos a balsa de Caioba para Guaratuba. Passamos por Joinville e São Francisco do Sul. Seguimos para o Balneário de Camboriú, Porto Belo, Bombas, Bombinhas, Mariscal e Zimbros. Nessa época do ano Bombinhas fica infestada de sedentos argentinos e o espanhol se torna a língua oficial local.
Acampamos no camping Maré Alta, que fica num morro de Bombinhas. De nossa barraca podíamos ver de manhã o sol nascendo e no final da tarde a lua refletindo no mar. Às vezes acampar tem suas vantagens!
Fiz dois mergulhos autônomos, o primeiro no lado de fora da ilha Deserta, com visibilidade de 7m, água fria e pouca vida marinha. O segundo na parte de dentro da ilha Arvoredo, não muito diferente. Não gostei!
Muita neblina
Passamos em Florianópolis seguimos para Urubici e Parque Nacional de São Joaquim. Urubici nos surpreendeu com sua beleza e diversidade de passeios. Conhecemos a cascata do Avencal, com 80m de queda livre e fácil acesso, o Morro da Cruz esculpido pelo vento e com uma vista magnífica da região, as inscrições rupestres, a cascata Véu da Noiva que faz jus ao nome e o Morro da Igreja, de onde se vê a pedra furada do Parque Nacional de São Joaquim. Isso se a neblina deixar, é claro! Seu Dimas que tomava conta do sítio por onde se entra para chegar ao morro, ganhou roupas de frio e sapato.
Segundo seus moradores, Urubici é uma cidade injustiçada, pois a maior área do Parque pertence ao município, e é São Joaquim quem leva a fama. Além disso, em Urubici neva muito mais que em São Joaquim, dizem os moradores. Saímos de Urubici pela Serra do Corvo Branco. Magnífica obra de engenharia que desafiou a mais bruta natureza. A estrada contorna uma cordilheira de montanhas rochosas com encostas de 90 graus. Passar por esse lugar é uma experiência divina!
Este texto foi escrito por: Alexandre Vianna
Last modified: março 26, 2001