Estou assustado com o crescimento das equipes e da modalidade diz Paiva. (foto: Luciana de Oliveira)
Reconhecido como um dos mais importantes esportistas da canoagem no país, Fábio Paiva era só orgulho e alegria no Vedacit Hip Ho Santos. Afinal, saiu com a vitória competindo pelo Paulistano e confirmou que o sonho de trazer a milenar canoa havaiana para o Brasil não era loucura. Cada vez mais, o esporte cresce no país. “Estou assustado com isso”, confessa.
Quatro meses depois da primeira competição, Paiva faz para o Webventure um raio-X da modalidade, que se mistura com a sua história de vida. “Isso é uma explosão de emoções para mim”.
Webventure – Você deve estar muito orgulhoso deste evento com 13 equipes e o público bastante interessado pela movimentação dos atletas e suas canoas…
Fábio Paiva – Tornar um sonho realidade é algo único. Às vezes você desiste no meio do caminho… Mas o esporte trouxe determinação para mim. Em seis anos, eu não via nenhuma luz. Mas há dois, vi a possibilidade de trazer a canoa havaiana para cá. Vivemos várias dificuldades: primeiro porque os havaianos são muito fechados nesta atividade, eles não passam informação a toa porque consideram a canoa sagrada. Quando viram que era um trabalho sério, abriram as portas.
Mas trazer a canoa foi complicado, ela não cabia no container do navio e o frete era caríssimo. O meu sócio, Fred (Diez Peres, que rema com ele no Paulistano), trabalha com comércio exterior e conseguiu baixar a taxa de 11 mil dólares para 1.500. Depois o Ronald Williams, do Rio, comprou uma canoa. Eu tive a idéia de ter a fábrica, consegui o molde e comecei a produzir as canoas. Hoje vemos que não era uma idéia de alucinado, um esporte que só eu gosto.
Webventure – E você está tendo a oportunidade de competir pela equipe favorita, o Paulistano.
Paiva – Muita gente diz: “você são os melhores”. O que acontece é que o Paulistano é um time integrado, a gente já competiu em rafting juntos, somos amigos. As pessoas que estão entrando estão vendo esta imagem. A canoa havaiana exige esta integração, que todos se respeitem e respeitem a canoa.
Webventure – Com base em todas as equipes formadas até agora como você vê a evolução da modalidade?
Paiva – Estou bastante assustado. Não esperava que tivesse esta recepção. Sabia que era um esporte legal e outra vantagem é que na canoa você não precisa fazer adaptações, a posição em que você senta é a mesma em que você senta para almoçar, no escritório, para ver TV. É isso que faz esta adesão toda de pessoas não só de canoagem, do rafting, mas até os praticantes de ginástica. Eles nos surpreenderam aqui com uma ótima performance.
Webventure – Mas a canoa havaiana não é só competição…
Paiva – Tem o lado do condicionamento físico e do lazer também. Aqui a gente tem um centro com toda a estrutura no Clube de Regatas de Santos, temos as canoas lá na Barra do Sahy e estamos testando os tipos de passeios lá. E támbém temos as canoas na raia da USP, que é um lugar que eu jamais imaginei. Os horários estão lotados, muita gente quer experimentar a canoa havaiana em São Paulo. Futuramente, a idéia é ter em outros lugares, outros estados, como no Rio, que terá sua primeira prova em fevereiro.
Webventure – Diante de tudo isso, o que mais você pode querer?
Paiva – As pessoas dizem que sou um cara invejável porque consegui realizar os meus sonhos. Tem gente que sonha com casa na praia, carro importado. Eu sou do remo, da canoagem, do rafting… gosto de atividades que usem o remo. E agora temos este esporte em que seis pessoas podem interagir numa canoa…é maravilhoso! Hoje estou explodindo de emoções. Só posso me sentir gratificado por isso.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira