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Fábio Paiva: a unanimidade na água

Redação Webventure/ Outros, Rafting e canoagem

Fábio afirma ter 505 troféus e quer voltar a competir (foto: Luciana de Oliveira)
Fábio afirma ter 505 troféus e quer voltar a competir (foto: Luciana de Oliveira)



Fábio Paiva é unanimidade. Por onde passa, nesta Adventure Fair, ele é cumprimentado por empresários e atletas das mais diversas modalidades outdoor. É ele quem dá a certificação na canoagem da Expedição Mata Atlântica e na edição realizada no Brasil do Elf Authentique Aventure, a corrida de aventura mais longa do mundo. Sua “praia” é a oceânica, mas já se aventurou por outras modalidades da canoagem e é um dos atletas mais premiados do rafting brasileiro. Ao todo, são 505 troféus.

Quer mais? Paiva tem: acaba de trazer do Havaí uma supercanoa, a Outridger, para seis pessoas remarem no oceano. “Será o rafting no mar”, promete Paiva. “Esta canoa tem 30 mil anos e não é um simples objeto; envolve todo um ritual havaiano que eu quero reproduzir aqui no Brasil no Ano Novo.” Em entrevista à Webventure, ele fala mais da longa carreira e define: “Canoagem ou rafting? Eu fico com os dois.”

Webventure – São tantos anos de canoagem e rafting… você se lembra do começo disso tudo?

Fábio Paiva – Eu tive uma base no esporte, fazia caratê e acho que foi o que me deu equilíbrio, que é muito importante. Numa chegada, você está cansado, dolorido, mas tem que ter força pra terminar e a filosofia do caratê me ensinou muito sobre isso. Eu nasci em Santos e freqüentava um clube numa ilha, então sempre tive contato com a água. Com oito anos meus pais me deram um barco a remo e eu descobri como era bom ficar costeando o litoral. Um dia vi no jornal que haveria uma competição de canoagem na minha cidade. Comprei um caiaque, pesava uns 30 quilos, e fui competir com aquele pessoal com canoas levíssimas, maior estrutura… E ganhei. Era um Festival |Brasileiro de 1984…eu tinha 21 anos.

Webventure – Depois disso…

Paiva – Um casal que organizava o evento disse que eu tinha que competir pra valer. Então passei a remar em todas as modalidades e ganhava. Por isso é que tenho tantos troféus. Depois foi determinado que cada atleta só poderia competir numa categoria.

Webventure – E quando você começou a fazer caiaques?

Paiva – Naquela época só havia um fabricante nacional e o caiaque era estreito demais e não andava nada. |Foi bem a fase decadente da canoagem. Não foi formada uma base. Eu, por exemplo, sabia que ia ganhar sempre. Comecei a pensar em como melhorar e fui criando modelos, uns que não davam certo, outros que eram bons. Enquanto isso fui me aventurando pela canoagem de velocidade e oceânica.

Webventure – Como o rafting entrou na sua vida?

Paiva – Um pessoal de um hotel me chamou para o primeiro Campeonato Brasileiro, em Tibagi. Foi minha primeira descida, remei tudo o que podia e quando chegamos até cuspi sangue. O resto do time estava todo relax, dizendo que veio pra curtir e eu disse: “eu não vim pra curtir, vim pra ganhar. Vencer é isso, tem que cuspir sangue”. Depois o Zé Pupo, da Canoar, que eu já conhecia da canoagem, me chamou pra equipe dele, a Master, onde ganhei três brasileiros e fui com eles para o Mundial, na África do Sul, em 2000.

Webventure – Mas por que você não está mais competindo?

Paiva – Eu deixei a equipe no ano passado e agora estou voltado a esse projeto da Outridger, que eu vi em filmes e vídeos e foi um sonho trazer para o Brasil. Inclusive havia uma preocupação dos havaianos com o ritual porque a canoa é sagrada, envolve toda a cerimônia de partida. Mostramos para eles que era um trabalho sério e que eu quero fazer esse ritual, trazendo um sacerdote havaiano para o Brasil. Acho que será no início do ano 2001, em Santos, claro.

Webventure – Você ainda volta para as competições?

Paiva – Com certeza. Vamos organizar com a nova canoa, será o rafting no mar, muita adrenalida porque ela permite surfar na marola. E eu estou com muita vontade de voltar para o rafting também. Se fosse pra escolher entre as duas modalidades, ficaria com as duas.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: novembro 13, 2000

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