Meoni no Dakar 2002 onde foi campeão (foto: Divulgação)
O piloto italiano de moto Fabrizio Meoni, bicampeão do Dakar (2001 e 2002), morreu nesta terça-feira (11/01) após grave acidente durante a 11ª etapa, entre Atar e Kiffa, na Mauritânia.
Aos 47 anos, Meoni ocupava a segunda colocação na classificação geral do rali, atrás apenas do francês Cyril Despres. Era a 13ª participação fo italiano no Dakar e ele havia anunciado que essa seria sua última.
“Ele caiu pouco depois do PC da especial, às 10h15”, afirmou Etienne Lavigne, diretor da organização do rali. “Enviamos um helicóptero que chegou às 10h36. E já o encontrou em situação de parada cardíaca. Infelizmente, 45 minutos de massagem cardíaca não foram capazes de reanima-lo”.
A morte de Meoni eleva para 46 o número de pessoas mortas durante o Dakar, em toda a sua história. Os organizadores confirmaram que o piloto italiano caiu de sua moto minutos depois de haver passado pelo PC2. As equipes médicas que chegaram com o helicóptero já o encontraram em situação de parada cardíaca.
O italiano – “Ele era muito querido, profundamente. Era alguém que deixou uma marca profunda no Dakar. Era uma pessoa fabulosa, um grande ator, um grande advogado. Estamos todos terrivelmente afetados por esta notícia”, garantiu o diretor Lavigne.
A morte do italiano leva um dos grandes nomes do mundo do rali cross-country e do Dakar, prova que venceu duas vezes pela KTM, em 2001 e 2002. Em 1994 e 2003 também marcou presença no pódio, com o terceiro lugar. Em 1998 foi segundo.
Meoni venceu o Rali da Tunísia e do Egito, quatro vezes em cada um. Também foi campeão mundial de rali cross-country pela FIM. Toscano de Castiglion Fiorentino, conquistou tudo o que um piloto de rali poderia almejar.
Apelidado de “Fabrizio, o africano”, sempre foi uma das figuras mais conhecidas do deserto. Com freqüência era eleito o porta-voz dos participantes do rali para dialogar e questionar atitudes da organização durante o rali.
Recentemente havia protestado abertamente por considerar que o roteiro de 2005 era menos “aventureiro” que no passado. Para ele, a utilização excessiva de instrumentos de navegação eletrônicos o impedia de correr os riscos da prova que amava. Meoni dizia que a navegação no rali estava nivelada por baixo.
Era casado com Elena e tinha dois filhos. Havia anunciado que o ano de 2005 seria sua última participação no Dakar. Porém ninguém na caravana do rali acreditava, porque em outras edições ele já havia dito que estaria se aposentando e sempre voltava atrás. O Dakar era a sua vida.
KTM novamente de luto – A morte de Meoni atinge em cheio a equipe KTM, ainda se recuperando da morte trágica do tricampeão do Dakar (1999, 2000 e 2003) Richard Sainct, durante o Rali dos Faraós, no Egito.
Meoni também é o segundo a morrer no Dakar 2005, um dia depois do piloto espanhol José Manuel Peréz, vítima de uma queda na sétima etapa do rali.
Este texto foi escrito por: Webventure