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Falta de vento na costa brasileira preocupa os líderes da Volvo Ocean Race


Barcos se aproximam do Rio de Janeiro (foto: Gustav Morin/ Ericsson Racing Team)

Faltam pouco mais de 500 milhas para a perna mais longa da Volvo Ocean Race terminar, e enquanto os velejadores anseiam terra firme, o vento na costa brasileira não ajuda a progressão dos barcos. O líder Ericsson 3 foi o primeiro a chegar na zona de fracas rajadas, e com isso Ericsson 4 e Puma, respectivamente em segundo e terceiro lugares, avançam e diminuem a vantagem do barco Sueco.

O veleiro de Magnus Olsson está a 553 milhas náuticas do Rio de Janeiro, com uma vantagem de 71 milhas para o Ericsson 4, de Torben Grael, de acordo com o último boletim oficial. A distância de Grael para o Ericsson 3 caiu 7 milhas desde a última atualização. O Puma também diminuiu a vantagem, em duas milhas, mas ainda está a 128 do líder.

Mais atrás estão o Green Dragon, a 412 do líder, e o Telefônica Blue, a 564. Apesar da distância, o último colocado foi o que mais progrediu em relação à última atualização, recuperou 16 milhas náuticas em relação ao Ericsson 3.

Em todos os últimas relatos vindos dos barcos, a pauta é como lidar com o stress e a ansiedade da chegada, nesta etapa que já dura quase 38 dias, além do alerta de falta de comida, que começa a soar na maioria das equipes. Isso enquanto velejam a quatro nós de velocidade (pouco mais de 7km/h).

Diferentes humores – O comandante líder da etapa, Magnus Olsson, afirma que falar é a melhor forma de aliviar a ansiedade. “Precisamos lidar com níveis altos de stress, e cada um aqui tem sua maneira de fazer isso. A minha é falar, falar muito. Devo estar atrapalhando muita gente aqui, falo sobre as letras do alfabeto, animais, paises, pessoas chatas”, contou em um vídeo enviado para a organização. “Cada um faz de uma forma diferente, aqui tem gente que só come (um comportamento bem estranho), outro que não faz nada além de ajustar as velas, um que passa o tempo todo lendo, e o que arruma e limpa qualquer coisa. E assim que termina, começa tudo de novo”, completou o sueco.

Dias atrás, Torben Grael tomou a decisão de diminuir as porções de comida de toda a tripulação, para evitar o racionamento que ocorreu no Brasil 1, na edição passada, também quando se aproximavam do Rio de Janeiro. De acordo com o tripulante de mídia do Ericsson 4, Guy Salter, os velejadores estão agora colhendo os frutos da decisão. “Temos quantidades razoáveis de refeições e bolachas para mais quatro dias. Até agora tínhamos total autonomia para qualquer um pegar as quantidades devidas, mas a partir de hoje sou responsável para controlar o peso e medida até o fim da etapa”, contou.

No Green Dragon o clima parece ser mais sombrio, o comandante Ian Walker enviou um e-mail reclamando do destino nos últimos dias. “Para evitar reclamações do quanto cada um come, separamos hoje toda a refeição em 11 porções iguais, e agora cada um cuida da sua. A situação é simples: já estamos com fome, e vai piorar”, desabafou.

Este texto foi escrito por: Redação Webventure