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Falta um mês para o Ecomotion/Pro: saiba como as equipes estão treinando


Atenah: Marcela (que competirá em outra equipe) Shubi Nora e Cris Carvalho (foto: Arquivo pessoal/ Eleonora Audrá)

Falta um mês para o Ecomotion/Pro, a maior corrida de aventura do Brasil, que acontece no Rio de Janeiro a partir de 9 de novembro. Atletas, técnicos e equipes de apoio estão suando a camisa para se prepararem, seja na parte logística, física ou psicológica. “Não é simplesmente saber e conhecer a técnica de nadar com uma mochila nas costas ou a técnica de caminhar no mato – porque caminhar se começa a treinar com um ano. Pedalar também, tem aquela história de que nunca mais esquece. Então não é simplesmente conhecer a atividade, mas estar com um preparo físico e psicológico para agüentar esse desafio”, afirma Carlos Sposito, preparador físico e especialista em fisiologia do exercício.

A preparação das equipes é intensiva para manter o ritmo que a prova exigirá. “Deixamos os trechos mais longos: terá pedal de 100 quilômetros, trekking de 70 e canoagem de 160. A prova está bem mais expedicionária. Quem não se planejar vai ter dificuldades de superação, principalmente na parte física. É uma prova de resistência, não de explosão”, adianta Said Aiach Neto, organizador da prova.

O mais importante para as equipes é treinar sob supervisão de especialistas. O treinamento bem feito garantirá bons resultados na prova. “A primeira preocupação é o atleta não querer recuperar os treinos que ele acha que deve fazer”, afirma o treinador da 4any1, Aulus Selmer.

“Na cidade, tem o dia-a-dia das atividades, então não dá para ir remar todo o dia, ou pedalar todo dia. Precisa de alguns truques para pegar o condicionamento e deixar o fim de semana para fazer as atividades mais complicadas”, explica Sposito. Em uma academia, por exemplo, é possível simular diversas modalidades que os atletas terão pela frente, como a bike, canoagem e escalada.

Cuidados com a saúde – Além dos treinamentos físicos, os atletas devem se preocupar com a alimentação e hidratação, além de saber ministrar a questão do sono e cansaço físico. “Eles irão comer fora de casa, em um ambiente outdoor. A alimentação é fundamental, tanto para a preservação do corpo do atleta como para a otimização da performance”, afirma o doutor Clemar Corrêa, chefe da equipe médica do Ecomotion.

A nutricionista Juliana Latanza, recomenda que, durante a prova, os atletas se alimentem com frutas secas, pães, bolacha salgada, banana, barra de cereais e bebidas isotônicas. “Esses alimentos são de fácil digestão pelo organismo”, afirma a nutricionista.

Acompanhe neste especial, dicas de especialistas das mais diversas áreas para realizar uma prova segura.

Segundo a organização da prova, os atletas terão pouco contato com as equipes de apoio. As modalidades serão muito longas e os competidores devem carregar consigo todo o suprimento necessário. O planejamento da equipe tem de ser bem feito para não faltar alimentos e nem carregar comida e bebida demais.

A nutricionista Juliana Latanza, explica que “para provas com duração de um ou mais dias, além do carboidrato, outros macronutrientes são importantes, como as proteínas e as gorduras, já que o nosso organismo necessita de todas elas em quantidades equilibradas para manter o desempenho.”

Os carboidratos são a principal fonte de energia durante o exercício. “Se houver a falta de carboidratos no organismo, o corpo irá se dispor das proteínas para suprir essa deficiência. Porém, umas vez que são utilizadas as proteínas para a obtenção de energia, ocorrerá sérios danos ao funcionamento do organismo e às células, pois não existem reservas de proteínas em nosso organismo”, explica a nutricionista.

Cuidados começam antes – Antes da prova, os atletas devem consumir pães, arroz, macarrão, cereais (carboidratos complexos) e também frutas, doces, açúcar e mel (carboidratos simples). “Até uma hora antes das provas, deve-se evitar qualquer tipo de carboidrato para que não haja tonturas devido ao pico glicêmico, náuseas e azia, atrapalhando assim a performance do atleta”, afirma Juliana. Alimentos com fibras, cafeína, leite e iogurtes devem ser evitados, já que a digestão desse tipo de alimento é lenta.

“Outro cuidado é com a hidratação. E, principalmente, se hidratar com líquidos de boa qualidade”, afirma o Doutor Clemar Corrêa, chefe da equipe médica. A nutricionista recomenda a ingestão de bebidas esportivas e isotônicas para evitar desidratação e hipertermia (elevação da temperatura corporal) e também repor quantidades de sais minerais.

Se consumirem água encontrada na natureza, o doutor Clemar alerta para a qualidade dessa água: “vai ser uma água de cachoeira, de bica, da própria natureza e, às vezes, essa água é inadequada. Então eles têm que levar preparados químicos, que se encontram à disposição [em estabelecimentos próprios], para tornar essa água mais potável. Usa-se geralmente o Hidrosteryl.”

Aulus Selmmer recomenda “estar muito atento ao fator de temperatura ambiente e umidade. A estratégia muda, principalmente na questão da hidratação. O principal problema de uma corrida de aventura é que as pessoas não se hidratam da forma correta. Ai as conseqüências são sérias. Hidratação é fundamental, e respeitar os seus limites. Não ter vergonha de ‘não está dando para ir, vamos diminuir o ritmo’.”

“Do ponto de vista médico, o essencial para o atleta de corrida de aventura é uma avaliação médica prévia. Passar por uma consulta médica, com uma boa anamnese e exame clínico. Dependendo do que o médico constata, ele pede outros exames, principalmente um eletrocardiograma ou teste ergométrico”, afirma o doutor Clemar Corrêa, chefe da equipe médica do Ecomotion.

Infelizmente, não é mais raridade atletas que, durante uma atividade física, sofram uma parada cardíaca. A atividade física não imuniza o atleta do risco de morte. “No mundo todo, estudos têm mostrado que existe uma população de atletas profissionais que tem doenças cardíacas silenciosas. Durante uma atividade física extrema, eles podem descompensar esses quadros graves”, afirma o doutor.

Um outro fator muitas vezes esquecido pelos atletas é se precaver com vacinas. “Tem duas vacinas que são importantes para os atletas de corrida de aventura e que vão participar do Ecomotion: tétano e hepatite A”. O doutor explica que os atletas estarão em uma região inóspita e passarão por locais com água suja, o que propicia a transmissão de patologias.

Lesões – Qualquer lesão deve ser encaminhada à equipe médica. “A equipe médica deve avaliar tecnicamente qual a real gravidade. Atletas machucados insistem em ficar machucados e isso piora a lesão”, afirma o médico chefe.

Cuidados com os extremos de temperatura também são essenciais. “haverá muitos lugares frios e úmidos, então eles devem se agasalhar adequadamente para não ter o risco de ter hipotermia. E se estiver muito calor em alguns trechos, procurar se molhar. Entrar num rio, resfriar o corpo, para não ter o risco de hipertermia, ou insolação grave”, completa Clemar.

A proximidade do Ecomotion pode gerar ansiedade exagerada nos atletas, o que pode acabar em treinamento descontrolado, intensivo e que não gera resultados. “O atleta acha que precisa treinar mais e acaba cometendo um erro. A três semanas antes da prova é preciso começar a descansar, diminuir a porcentagem e cortar bastante os treinos. A maioria das pessoas não faz isso”, afirma o treinador Aulus Selmmer.

Segundo ele, o atleta tem que chegar descansado no dia da prova, pois o desgaste será muito grande: “eles ficam treinando, treinando… chega o dia da prova e estão cansados”, afirma. A maioria das equipes realiza treinos individuais durante a semana e coletivos nos fins de semana. É o caso da Curtlo Lobo Guará: “minha preparação e da equipe, está sendo baseada em treinos seis vezes por semana, com média de duas horas por dia, durante a semana, e treinos mais longos aos finais de semana”, afirma a atleta Gabriela Carvalho.

“Nos fins de semana, tentamos juntar a equipe para treinos de mountain bike em trilhas, mais longos e técnicos e canoagem mais longa. Os treinos em conjunto com a equipe é importante, para trabalharmos também o conjunto, o entrosamento, trabalho em equipe”, comenta Gabriela.

Marcelo Magnanini, o Macuco, da equipe SOS Mata Atlântica, usa uma estratégia mais amena nos treinamentos. “Fazemos dois tipos de treino: um com a equipe a cada 15 dias, aos fins de semana, um treino mais longo com transições de duas modalidades. E fazemos o treino diário durante a semana, mas cada um no seu horário”, explica.

Será o primeiro Ecomotion da equipe, mas todos os integrantes já participaram de edições passadas em outros times. “A expectativa sempre é grande. É uma prova de caráter expedicionário. Todo mundo já fez provas longas, não é de assustar. É mais um friozinho da barriga que tem no começo de cada prova”, completa Macuco. A equipe vai para o Rio com José Roberto Pupo (Zé Pupo), Márcio Franco, Macuco e Cintya Gonçalves. Zé Pupo e Márcio serão os navegadores da SOS.

Fator psicológico x fator físico – Não basta ter o corpo preparado, com todas as modalidades bem treinadas. A união da equipe, o nível de estresse e o psicológico de cada atleta são fatores determinantes para o bom resultado de uma equipe.

“A partir do terceiro dia, o psicológico acaba por prevalecer sobre o fator físico. Quem tem um psicológico muito mais trabalhado tem condições de superar as dificuldades e os problemas. Aí o fator físico não tem mais como contar pois todos estão cansados”, afirma Aulus. Frederico Gall, da equipe Oskalunga, geralmente treina com outros atletas, e afirma: “a sinergia necessária acontece na hora certa.” A Oskalunga irá com dois navegadores, Guilherme Pahl e o francês Franck Salgues. Completam a equipe Frederico Gall e Barbara Bomfim.

O preparador físico e especialista em fisiologia do exercício, Carlos Sposito, explica que os atletas devem realizar dois tipos de treinamentos: um específico para as modalidades (como canoagem, bike, corrida) e outro na preparação física, com um condicionamento adequado para agüentar vários dias de competição.

“Tem que usar a ciência, a fisiologia do exercício por trás disso. Uma corrida dá um condicionamento físico e cardiopulmonar para todas as atividades aeróbicas. Então se você corre, você vai ter um condicionamento cardiopulmonar que te dá condições de fazer o trekking, de fazer a parte de montanhismo, de subida, de pedal, de canoagem.”

O organizador Said Aiach Neto afirma que essa edição do Ecomotion será mais desgastante. “Quando se tem muita alteração no uso dos grupos musculares é possível ter uma reabilitação rápida. Quanto mais mudança de modalidade, mais fácil fica de se recuperar. Já uma prova com distâncias longas, de endurance, como será o Ecomotion 2006, quem não entrar em um ritmo sustentável vai ter problemas com dores, ácido lático e estresse muscular em geral”, explica.

A musculação também é importantíssima para o atleta, pois dá resistência e força, mas tem que ser feita na medida certa. “Tem que treinar força de resistência, com muita repetição e pouca carga. Isso pode assustar um pouco as pessoas, mas tem que fazer uma série de 100 repetições. O corredor de aventura tem que estar leve, forte mas não pesado. Ter resistência, para agüentar fazer a repetição centenas de vezes, milhares de vezes, durante a atividade”, comenta Sposito.

Para ele, o ideal é realizar treinamentos dirigidos para as atividades. “Eles vão remar durante 10 horas, tem que fazer exercícios funcionais, musculação funcional. Adaptar o exercício da musculação – não uma posição tola, que vai hipertrofiar o braço – mas uma posição que simule aquela que vai encontrar na canoagem, por exemplo”, diz.

Academia não é suficiente – O preparador físico afirma que não basta o atleta fazer treinos em uma academia e achar que está bem preparado para uma competição desse nível. “Não dá para imaginar que você vai treinar só em uma esteira e vai ter equilíbrio para enfrentar uma trilha no meio da mata. Em uma esteira, você não vai, é o chão que vem. É só dar pulinho e o chão andou.”

Sposito comenta que a melhor maneira de se ter um condicionamento físico adequado é treinar as próprias modalidades. “É o que se chama especificidade. É preciso ser bem específico. Não adianta treinar levantando um peso muito pesado, que dá uma força absurda para levantar um carro. Isso não serve para nada em uma corrida de aventura”, conclui.

“Sono não é uma poupança.” É que afirma o treinador Aulus Selmmer. “Não adianta uma semana antes dormir às 8h da noite e acordar às 9h da manhã achando que está se preparando para a prova. Tem que tentar dormir normal e não inventar história de ficar dormindo o dia todo”, completa.

Todos querem chegar na frente e uma boa estratégia de sono pode fazer a diferença para toda a equipe. A SOS Mata Atlântica, que vai para a prova com dois navegadores, não fará sono profundo, apenas cochilos. “Vamos tentar administrar, tentando revezar, parando o mínimo para os quatro dormirem. Sempre tentaremos revezar. Numa canoagem longa, o da frente dorme, o de trás vai remando devagar. Mas sempre tentando não parar. Se for para diminuir o ritmo para um dormir, melhor. Tentar não parar os quatro para dormir”, afirma Macuco.

Aulus diz que as equipe devem estar bem planejadas nessa questão. Cada pessoa tem um padrão de sono. Os especialistas do sono recomendam dormir de 20 a 30 minutos do dia, mas no primeiro dia de prova ninguém quer saber de dormir. Todo mundo quer seguir bastante até cansar, isso eu acho errado. Principalmente para as equipes que estão começando. Tem que dormir, não tem como”, comenta.

Sono não volta – “É impossível treinar o sonos, ficar acordado a noite inteira é pior. A gente não consegue repor sono. Há três anos temos o acompanhamento do Instituto do Sono e eles ajudam a gente a fazer nossa estratégia de sono. Nossa estratégia é dormir em ciclos de 20 minutos e dormir quando a equipe está sentindo o baque, que está caindo o ritmo da equipe para o corpo se recuperar um pouco”, afirma Eleonora Audrá, a Nora, navegadora da equipe Atenah.

O doutor Clemar Corrêa, chefe da equipe médica, afirma que “mesmo as equipes de ponta do mundo não ficam vários dias sem dormir. Já se sabe que não é o adequado, tanto para logística, a performance, quanto para a preservação da saúde. Precisa-se fazer um controle do sono. Não podem se privar do sono”, fala o médico.

Do quarto lugar no ano passado para um novo desafio este ano: a equipe Atenah competirá no Ecomotion com uma formação totalmente feminina. Cris Carvalho, Fernanda Maciel (ex-Oskalunga), e as navegadoras Silvia Guimarães (Shubi) e Eleonora Audrá (Nora) encaram o desafio treinando muito para completar a prova entre as cinco primeiras brasileiras e dez primeiras no geral. “O mais importante é conseguir administrar a equipe, que eu acho que não teremos muita dificuldade, pois a gente se conhece bastante, já fez muitas provas juntas, treinamos bastante. Além de tudo somos grandes amigas”, afirma Nora.

Treinando seis dias por semana, a equipe contempla todas as modalidades que irão enfrentar na prova. “A Cris prepara uma planilha mensal (para a equipe). Treinamos basicamente duas modalidades por dia, tendo alguns dias em que focamos mais a qualidade: intensidade e ritmo”, explica a atleta.

As segundas-feiras, elas treinam tiro de corrida e canoa havaiana. Na terça, bike na estrada, musculação, natação ou escalada. Na quarta, corrida mais longa e tiro no remo. Na quinta, mountain bike (subida e descida) e musculação/escalada. Na sexta, tiro de corrida. E, no sábado, um treino mais longo com transição. “O domingo é day off”, brinca Nora.

“O principal de tudo é fazer uma prova se divertindo, claro que tem a competição, mas a gente ama correr. Enquanto estamos correndo, estamos felizes e assim sempre sai algo bem feito”, completa a atleta.

Sono – Para ela, o mais complicado é lidar com o sono. “Com sono, não dá para se concentrar, navegar fica mais difícil”, explica Nora. Para superar o sono, a equipe Atenah conta com o apoio do Instituto do Sono (SP), que auxilia na estratégia que a equipe deve seguir.

Segundo ela, a equipe vai tentar dormir em ciclos de 10 minutos. Tempos mais longos só quando a equipe não estiver mais agüentando e o ritmo cair. “A nossa estratégia é tentar dormir duas horas por dia, mas às vezes isso não é possível, dependendo do ritmo da prova. A equipe deve ter a sensibilidade de perceber a hora adequada de parar ou não”, revela.

Outra questão que preocupa a equipe é a falta de patrocínio. Até agora, elas não conseguiram fechar nenhum contrato. Apesar de ter algumas propostas e reuniões marcadas, ainda não há nada de concreto. “Se a gente não fechar patrocínio acho que a gente vai começar a vender rifa. Vamos de qualquer jeito (risos). O Ecomotion é a prova mais importante para a Atenah. Vamos dar o sangue e tentar até o último minuto”, afirma.

Diversas equipes estrangeiras são esperadas para a competição, como a Paradofobia, que tem o brasileiro Edilson Cremonese, o Tico, como capitão. “Ir ao Ecomotion sempre foi uma vontade desde que comecei a correr. Esse ano sentimos que a equipe está melhor preparada para competir e não só participar, então colocamos essa prova como prioridade no calendário. Sem contar que o Ecomotion está no calendário das principais equipes do mundo”, afirma Tico, que é fisioterapeuta e mora há quatro anos nos Estados Unidos.

Contando com o apoio da Puma, a equipe vem para o Brasil com Tico, Rafael Melges (Rafa), Manuela Vilaseca (Manu) – da equipe Oskarica – e Luther Papenfus, americano, amigo de Tico, convidado para prova. Todos eles irão estrear no Ecomotion. Apenas o Rafael participou, mas não correndo, e sim como apoio.

Apesar da base da equipe ser no Brasil, Tico e Luther moram e treinam nos Estados Unidos, participando de diversas corridas de aventura no país. “As provas de aventuras por aqui são, em geral, mais longas do que no Brasil e um pouco mais técnicas, o que força o atleta a ter um conhecimento maior de técnicas verticais e navegação. Sem contar que, quem quiser, tem de duas a três provas por fim de semana ao redor do país. Faço bastante provas por aqui mas me dedico a provas longas. Então as provas de 12 a 24 horas entram no meu calendário de treino e não de provas”, afirma.

Treinamento – Apesar de morarem perto, cada um treina individualmente. “Meu treinamento costuma ser em torno de duas a três horas por dia, o que não considero muito puxado. Mas nos fins de semana fazemos treinamento mais específicos para corridas de longa distância, que são seções de seis a oito horas”, comenta Tico.

“Moro a 15 quilômetros do mar e isso me ajuda muito com a modalidade na canoagem. Remo em torno de 80 quilômetros por mês na região de Key West. Não acho que o clima será dificuldade para equipe, pois estamos acostumados e o clima da Flórida é bem parecido com o do Rio”, afirma. Além da Paradofobia, estão confirmadas a atual campeã Buff, o Team Finland, segundo colocado no ARWC e a neozelandesa Go Lite entre outras estrangeiras.

Said Aiach Neto, organizador do Ecomotion:
“Nos anos passados os apoios estiveram muito presentes na competição. Em 2006 isso vai ser diferente. As pernas das modalidades terão uma distância bem maior. Isso significa que as equipes irão ver os apoios muito pouco. Outra característica é que terão algumas modalidades com áreas de transição sem apoio.”

Aulus Selmmer, treinador:
“Ter a divisão de tarefas muito bem determinada e todos respeitarem essa divisão que foi feita. Ter um apoio muito bem entrosado. Carregar o necessário, não levar mochilas pesadas demais. Por ser em equipe, todos devem respeitar os limites de cada um, sempre ver as deficiências de cada integrante na modalidade que está correndo naquele momento e respeitar o mais fraco naquela modalidade. Para não acabar prejudicado a prova toda. Porque se a pessoa é mais fraca na bike, e ela fizer um esforço absurdo para acompanhar o mais forte, a equipe dança. Quem determina o ritmo deveria ser o mais fraco naquela modalidade.”

Carlos Sposito, preparador físico e especialista em fisiologia do exercício:
“Não dá para imaginar que você vai treinar só em uma esteira e vai ter equilíbrio para enfrentar uma trilha no meio da mata. Em uma esteira, você não vai, é o chão que vem. Você dá um pulinho e o chão andou. Tem que treinar muita repetição e pouca carga. Não tem nada melhor do que treinar uma corrida do que correr”

Clemar Corrêa, médico chefe do Ecomotion:
“Do ponto de vista médico, o essencial para o atleta de corrida de aventura é uma avaliação médica prévia. Passar por uma consulta médica, com uma boa anamnese e exame clínico. Dependendo do que o médico constata, ele pede outros exames, principalmente um eletrocardiograma ou teste ergométrico.”

Eleonora Audrá, Equipe Atenah:
“Não se pode treinar o sono. Temos que pensar na melhor estratégia para cada prova”

Juliana Latanza, nutricionista:
“O ideal é evitar consumir água pura, pois isso fará com que o atleta tenha necessidade de urinar. Assim, para que isso seja reduzido, aconselha-se uma combinação de água, glicose e eletrólitos, isso fará com que os rins não necessitem excretar água.”

Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni