O brasileiro Bernardo Bonjean (foto: Maindru/ Divulgação)
Uma manhã dessas eu recebi um e-mail de um certo Rémy Bonjean, falando sobre o Dakar, sobre moto e um ancestral dele que tinha vindo morar no Brasil há 200 anos, conta o brasileiro Bernardo Bonjean, que compete pela primeira vez o Dakar.
Puxando pelo passado, o brasileiro descobriu que teria um primo distante no Dakar deste ano. Primeiro achei que era uma grande brincadeira, mas só para garantir, trocamos e-mails durante vários meses antes da prova, consegui algumas informações, contou. Era um sentimento estranho, dividíamos a paixão pela moto sem nunca termos nos conhecido, mas com o tempo se tornou natural, lembrou Bernardo.
Rémy ajudou o brasileiro na chegada a Lisboa. Estava chovendo, frio e eu estava sozinho, sem ninguém para dividir meu entusiasmo e minhas preocupações frente ao desconhecido. Daí Rémy veio me ver e me ajudou bastante, disse.
E a preocupação continua ao logo da prova. Assim que termino a especial fico vendo se o Bernardo já chegou, tenho aqui equipamentos e equipes para apoio e consertos, mas sinceramente espero não ter que fazer nada por ele, brincou Rémy.
Distância – Mesmo com a proximidade afetiva, a distância na tabela é grande. Rémy está em 43° na classificação e Bernardo ainda não concluiu a especial de hoje, mas largou na 94ª colocação, a melhor deste Dakar até agora.
Temos a mesma filosofia, não sei se é de família, mas de qualquer jeito, nós dois escolhemos participar do Dakar pensando na regularidade, em poder experimentar uma aventura extrema, simplesmente com o que temos, a moto, concluiu Rémy.
O Bonjean brasileiro tem 28 anos, é comerciante e desenvolveu a paixão pelas duas rodas na fazenda da família. É um lugar que chove muito e o melhor jeito de se locomover é de moto, lembrou. O Bojean francês tem 25 anos de idade e faz do rali um hobby.
Este texto foi escrito por: Webventure