Em sua terceira volta ao mundo, a Família Schurmann já percorreu aproximadamente 10 mil milhas e tem mais 30 mil pela frente. Os tripulantes curtem o mar mas também aproveitam muito bem o tempo que tem em terra. Veja o relato do neto da família, Emmanuel Schurmann sobre as aventuras na Nova Zelância:
Há mais de três anos, quando soube que meus avós Vilfredo e Heloísa preparavam a nova viagem ao redor do mundo a bordo de um veleiro, o gene aventureiro da Família Schurmann se manifestou com mais intensidade. Aos 19 anos, pensei: chegou a minha vez! Mas, claro, nada é tão simples assim… ainda bem!
Para embarcar na grande aventura da minha vida tive que batalhar muito. Fiz cursos de vela, navegação e mergulho, treinamentos de mecânica de motor e culinária; algumas aulas de Mandarim e até de logística com o curso à distância da Estácio; participei de navegadas de longa distância a bordo do antigo veleiro da família; coloquei literalmente a mão na massa durante a construção do novo veleiro (que se chama Kat, em homenagem à minha tia, que faleceu quando tinha 13 anos, vítima de uma grave doença), etc. Assim, carimbei meu passaporte para a Expedição Oriente, uma viagem cheia aventuras e com muita adrenalina no roteiro.
O veleiro Kat zarpou de Itajaí, em Santa Catarina, no dia 21 de setembro de 2014. De lá para cá, já passamos por lugares incríveis. Primeiro, contornamos a América do Sul inclusive, chegamos na Antártica que, até então, era um território inexplorado pela Família Schurmann. Desde que embarquei nesta expedição extraordinária tenho percebido como o mundo ao nosso redor pode ser calmo e pacífico. Pelo menos na nossa rota, temos a felicidade de encontrar paisagens tranquilas e pessoas do bem, mesmo que de culturas tão distintas.
Nos últimos meses, atravessando o Pacífico, vimos muitos lugares lindos e vivemos diversos momentos inesquecíveis: nadamos com baleias, tubarões e peixes de todas as cores. Quando nos despedimos da Polinésia e zarpamos rumo à Nova Zelândia, lembrei que nosso próximo destino era “O lugar de aventura!
Por aproximadamente um ano, vivenciei experiências que nem tinha imaginado ainda, como navegar por glaciares, caminhar por um continente gelado, conferir de perto a cultura mítica da Ilha de Páscoa, etc. Mas mesmo assim eu nunca tinha feito nada tão radical como tudo que fiz em um único lugar: a Nova Zelândia. Aqui, preciso fazer uma pausa e destacar como sou agradecido ao espírito aventureiro dos meus avós Vilfredo e Heloísa que, há 30 anos, tomaram uma decisão que mudaria positivamente a vida de toda a Família Schurmann e despertaria em cada um de nós esse mesmo espírito aventureiro. Ah! Um obrigado especial para toda a tripulação do veleiro Kat, que também me motivou a fazer tudo o que fiz na Nova Zelândia! Então, retomando…
Ficamos na Nova Zelândia por cerca de 10 dias e nesse curto período me identifiquei demais com a região. Até agora foi o país que mais se encaixou comigo. Nossa chegada por lá seguiu o estilo Schurmann: intenso e rápido! Fizemos a manutenção no veleiro, alugamos um motorhome, conhecemos diversos lugares e fomos embora. Mas nossa rápida passagem deu espaço para uma programação extensa e com muitas aventuras. Vivendo há meses no mar, minha primeira experiência marcante foi assumir o papel de piloto do motorhome. Nunca imaginei pegar um “carro” tão grande na minha vida. Realmente, uma experiência com muita emoção. Às vezes até assustador. Andamos mais de mil quilômetros e me senti realizado.
Nosso primeiro destino foi Auckland. Chegando na cidade, de longe avistamos o Skytower, maior prédio do Hemisfério Sul com 328 metros de altura. E foi lá que aconteceu nossa primeira tarefa: caminhar em uma plataforma instalada a 193 metros de altura na parte exterior do prédio. Apesar de estarmos amarrados por dois cabos, confesso que eu e o capitão Vilfredo chegamos a ter uma pontinha de dúvida se era realmente seguro. Convencidos de que era 100% seguro fizemos o percurso superando alguns desafios tensos, como andar para trás com os olhos fechados ou nos pendurar na borda da plataforma. O vento soprava e era impossível não sentir um pouco de medo, que foi bravamente enfrentado por duas gerações Schurmann: meu avô e eu.
Mas não parei nessa caminhada. Estimulado pela sensação incrível de superação do medo, aproveitei para me jogar, literalmente, daquele enorme prédio. Sim! Lá mesmo já foi mais adrenalina com o bungee jump. Foi o maior pulo da minha vida. Saltei e, em apenas 10 segundos, já tinha descido os 193 metros de altura e estava com meus pés no chão. Vivo, sem fôlego e tremendo.
Então para relaxar durante a tarde, eu e o capitão entramos em uma grande bola plástica com água dentro que foi nosso meio de transporte para uma superdivertida descida de montanha. A gente não conseguia parar de rir. Nossos dias na Nova Zelândia eram bem corridos e em Auckland não podia ser diferente. Com minhas habilidades como motorista chegamos em pouco tempo na próxima loucura do dia: uma tirolesa que vai a 85 km/h, com um pôr do sol incrível. Mais um medo superado e uma aventura realizada por avô e neto. Todos na equipe me olhavam e perguntavam como você fez isso? Minha resposta: só fiz…mas nem acredito que fiz.
Considerando que as experiências acima aconteceram em apenas um dia em uma mesma região acredito que a Nova Zelândia tem a melhor estrutura para aventureiros. Durante nossa passagem por lá, todos os lugares visitados tinham alguma atração radical. E eu, claro, aproveitei tudo que podia. Quer dizer, quase tudo. A única coisa que não consegui fazer por uma questão de falta de tempo foi rafting. Dizem que é uma loucura! Mas ainda sou novo e, com certeza, pretendo voltar lá.
Por último fica minha dica para todos os aventureiros do Brasil: preparem-se para radicalizar na Nova Zelândia! Se quiserem mais um pouco de incentivo.
Confiram nossos vlogs com essas e outras aventuras: Canal no Youtube da família Schurmann
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: janeiro 14, 2016