A árida região do Jalapão, no estado do Tocantins, na quarta-feira (31), foi palco da sétima etapa do Rally dos Sertões, que contou com 514 quilômetros especiais, um dos percursos mais longos na história da prova. Em meio a esse desafio, várias famílias que moram na área se reuniram em um rio, que foi percorrido pelos pilotos durante o percurso, para se refrescarem e assistirem a passagem dos veículos.
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Nem era meio dia e os primeiros a chegar foram dona Petrolinea de Souza e seu filho, que se sentaram à sombra de arbustos em um pequeno barranco. Eu gosto muito de assistir os pilotos, mas quem pede pra vir é ele, contou apontando para o filho.
Pouco depois, apareceu um homem de moto que se disse administrador de uma fazenda de eucaliptos na proximidade. Seu nome era José de Moraes e para ele assistir essa corrida é um privilégio para poucos.
O local escolhido, na altura do quilômetro 416 da prova, era um pequeno riacho que cruzava uma laje de pedra, com um poço de um lado e uma cachoeira do outro. Nesse ponto também estavam dois membros da equipe técnica, marcando a passagem dos veículos, e um grupo de fotógrafos.
Até o ano de 2012, quando o rali passou pela área, os pilotos precisavam cruzar o rio, o que proporcionava belas cenas registradas em fotos e vídeos. Agora, uma ponte mudou a fisionomia do lugar, mas deixou os moradores mais a vontade para aproveitarem o rio.
No meio da tarde apareceu uma caminhonete com nada menos que 16 pessoas, divididas entre a caçamba e a cabine. Ao chegarem no trecho de rio, logo se jogaram na água, sem nem ao menos se dar ao trabalho de tirarem a roupa.
Quando os competidores se aproximavam, ficavam atentos, alguns saiam da água para olhar mais de perto. Só as crianças mais novas pareciam entretidas demais com suas brincadeiras e quase não prestavam atenção no ronco dos motores.
Essa cena se arrastou por todo o dia, até às 5 horas da tarde, quando passou último carro na especial, de número 330. A caminhonete e seus 16 integrantes voltaram para casa. Dona Petrolinea saiu mais cedo, mas seu filho ficou acompanhando a movimentação até o final. Junto com o pôr do sol, a calma voltava a reinar no Jalapão, com suas areias escaldantes e árvores retorcidas.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi, direto de Minaçu (GO)