“Após ler cuidadosamente o relatório do acidente de Pedro Paulo Júnior, elaborado por seu instrutor, câmera, operador de rádio, pára-quedistas e espectadores presentes na ocasião, no dia 22 de janeiro de 2.000, verificamos que as normas que regem o pára-quedismo brasileiro foram severamente ignoradas e que esta atitude imprudente
causou este lamentável acidente.” Assim começa o relatório da Federação Paranaense de pára-quedismo (FEPAR) sobre a morte de um sargento durante salto em Foz do Iguaçu (PR). A conclusão é de que nem a vítima nem seu instrutor estavam aptos ao desafio.
Segundo relatório, a queda livre a 9 mil pés era uma façanha para a qual Pedro, de 28 anos, não estava preparado. “Em sua fase de evolução e a grande defasagem entre o último salto (setembro/99) e o em questão (janeiro/2.000), em hipótese alguma o atleta teria condições mínimas necessárias para efetuar este treinamento em segurança”, diz o relatório.
Shorts e camiseta – Sobre o instrutor, cujo nome não foi divulgado, a análise diz que esteve sempre mal posicionado em relação ao aluno durante toda a queda livre, além de não estar vestido adequadamente para o salto. A partir de imagens gravadas em vídeo, a FEPAR considera que “na saída da aeronave observa-se nitidamente o instrutor em trajes desapropriados para a atividade (shorts e camiseta sem mangas)”.
De acordo com a perícia, as linhas do pára-quedas principal de Pedro se emaranharam, o que denuncia que “não estavam devidamente
acondicionadas em borrachas”. O pára-quedas reserva foi acionado automaticamente e se encontrou com o principal, ainda aberto. Pedro morreu ao chocar-se com o solo sem qualquer proteção.
A FEPAR acusa o instrutor de negligência e pede a cassação de sua credencial, penalidade máxima que pode oferecer. Clique aqui para ler o relatório na íntegra.
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